São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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EDUCAÇÃO
Propostas de empresas para a venda de 29,7 mil computadores, para 2.646 escolas, serão reveladas amanhã
MEC encerra licitação de compra de micros

LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília

O MEC (Ministério da Educação) abre amanhã os envelopes com as propostas feitas por nove empresas na licitação para a compra de computadores para escolas públicas de 1º e 2º graus.
Segundo o governo, a partir de novembro, 2.646 escolas de todo o país começarão a receber as máquinas -29.748 computadores (servidores de rede e micros Pentium 200, 233 megahertz, com acessórios multimídia).
O ministério deverá desembolsar cerca de US$ 40 milhões pelos equipamentos. Serão 8.806 computadores para escolas do Nordeste, 5.058 para o Norte e Centro-Oeste, 5.558 para Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, 5.791 para São Paulo e 4.535 para o Sul.
Nos próximos 15 dias, o MEC irá divulgar novo edital para compra de mais 36 mil computadores, que deverão estar chegando às escolas no início do próximo ano.
O MEC quer equipar 6.000 escolas públicas com 100 mil micros, mas a meta só deverá ser cumprida se não houver cortes no orçamento do Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação) em razão da crise econômica.
Em 95, no primeiro ano do governo FHC, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, afirmou que equiparia 23 mil escolas com 300 mil computadores.
Na elaboração do Proinfo, quando houve polêmica em torno do projeto, a meta foi revista para 100 mil computadores, que deveriam ser entregues às escolas até o final deste ano. No entanto, o MEC decidiu fazer nova modificação, optando por comprar os micros não mais de uma só vez.
Assim, foram comprados inicialmente, por R$ 7,19 milhões, 2.500 micros para núcleos de tecnologia pedagógica. A segunda licitação, para 29,7 mil micros, será definida amanhã e a terceira (36 mil micros), no início do ano.
A licitação dos 29,7 computadores também foi marcada por polêmica. Primeiro, havia educadores que afirmavam que muitas escolas públicas não teriam condições de utilizar e fazer a manutenção dos micros.
Além disso, o MEC planejava gastar R$ 470 milhões para comprar os 100 mil computadores do Proinfo. Admitiu que o valor estava superestimado e reviu os cálculos para R$ 300 milhões, sem alterar as metas de compra.
Finalmente, o projeto ficou parado porque os candidatos a fornecedores travaram uma disputa pelo negócio com recursos judiciais e administrativos -fase que termina amanhã.
"É complicado fazer licitação no Brasil. Tem gente que não sabe perder", diz Cláudio Salles, diretor do Proinfo.



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