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COMÉRCIO AMBULANTE
Oito foram levados à delegacia
Subprefeitura da Lapa é apedrejada e invadida por camelôs em tumulto
DO "AGORA"
Aproximadamente 70 pessoas
ligadas a grupos de camelôs invadiram e apedrejaram a Subprefeitura da Lapa (zona oeste de São
Paulo) ontem. Eles querem a liberação do comércio clandestino
em ruas do bairro.
Houve confrontos entre guardas-civis e camelôs por diversas
vezes ao longo do dia na região.
O clima tenso começou por volta das 11h, quando os guardas e a
fiscalização chegaram na rua Doze de Outubro com ordem de retirar 250 barracas do local.
Às 14h, na rua Guaicurus, a primeira pedra atirada em direção à
subprefeitura deu início ao tumulto. A partir daí, tudo o que
pudesse ser arremessado passou a
servir de munição para os manifestantes. Eles jogaram ovos, chutaram portas de lojas, quebraram
árvores, estruturas metálicas, espalharam lixo e entulho na rua.
O quebra-quebra durou cerca
de dez minutos, tempo que a
Guarda Civil Metropolitana demorou a chegar. O grupo invadiu
a subprefeitura por alguns minutos e voltou à Doze de Outubro.
Recomeçou a briga. Nem os pedestres foram poupados. Quem
estava no local teve de correr. "Tinha grávida, senhora, criança
chorando", conta um lojista que
não quis ser identificado. O comércio foi obrigado a baixar as
portas. "Senão a gente sofre represália", disse. Um rojão atingiu,
de leve, os pés de uma menina de
8 anos. O repórter fotográfico da
Folha Caio Guatelli foi agredido
por uma camelô com uma pedrada na cabeça.
Não houve balanço de feridos,
mas pelo menos oito ambulantes
foram levados à delegacia.
"Vandalismo é errado, mas o
que a prefeitura faz com a gente
também é", afirmou Nilson Santos, 41 anos, representante dos camelôs.
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