São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2005

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COMÉRCIO AMBULANTE

Oito foram levados à delegacia

Subprefeitura da Lapa é apedrejada e invadida por camelôs em tumulto

DO "AGORA"

Aproximadamente 70 pessoas ligadas a grupos de camelôs invadiram e apedrejaram a Subprefeitura da Lapa (zona oeste de São Paulo) ontem. Eles querem a liberação do comércio clandestino em ruas do bairro.
Houve confrontos entre guardas-civis e camelôs por diversas vezes ao longo do dia na região.
O clima tenso começou por volta das 11h, quando os guardas e a fiscalização chegaram na rua Doze de Outubro com ordem de retirar 250 barracas do local.
Às 14h, na rua Guaicurus, a primeira pedra atirada em direção à subprefeitura deu início ao tumulto. A partir daí, tudo o que pudesse ser arremessado passou a servir de munição para os manifestantes. Eles jogaram ovos, chutaram portas de lojas, quebraram árvores, estruturas metálicas, espalharam lixo e entulho na rua.
O quebra-quebra durou cerca de dez minutos, tempo que a Guarda Civil Metropolitana demorou a chegar. O grupo invadiu a subprefeitura por alguns minutos e voltou à Doze de Outubro.
Recomeçou a briga. Nem os pedestres foram poupados. Quem estava no local teve de correr. "Tinha grávida, senhora, criança chorando", conta um lojista que não quis ser identificado. O comércio foi obrigado a baixar as portas. "Senão a gente sofre represália", disse. Um rojão atingiu, de leve, os pés de uma menina de 8 anos. O repórter fotográfico da Folha Caio Guatelli foi agredido por uma camelô com uma pedrada na cabeça.
Não houve balanço de feridos, mas pelo menos oito ambulantes foram levados à delegacia.
"Vandalismo é errado, mas o que a prefeitura faz com a gente também é", afirmou Nilson Santos, 41 anos, representante dos camelôs.


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