São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2011

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OLIVIA ARNS (1920-2011)

Irmã que alfabetizava crianças

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Era de uma família numerosa, com 14 irmãos. Quinta a nascer, Olivia Arns desde pequena já ajudava a mãe a cuidar dos irmãos menores. Todos eles eram de Forquilhinha, hoje uma cidade com 22.548 habitantes -e que, oficialmente, só se tornou município catarinense em 1989.
O pai de Olivia, um dos fundadores da cidade, tinha uma empresa que fornecia tudo o que a comunidade precisava, menos telhas. A mãe, dona de casa, por possuir um livro de medicina, dava auxílio aos doentes do município, que então nem médico tinha.
Olivia entrou para a vida religiosa nos anos 40, pouco depois de as irmãs escolares terem chegado à cidade. Ao todo, seis irmãos seguiram nessa área, como dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. Também foi sua irmã a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança que morreu no ano passado durante o terremoto no Haiti.
Olivia passou a ser chamada de irmã Maria Gabriela. Deu aulas em Forquilhinha e depois em cidades gaúchas. Trabalhava com alfabetização de crianças e dirigiu também uma escola estadual.
Em 1969, foi eleita a primeira chefe de uma província religiosa no Brasil. Abriu várias missões no Pará e mandou as primeiras irmãs para o Norte do país, como conta sua irmã Helena, também religiosa.
Nos últimos anos, voltou a viver em Forquilhinha. Gostava muito de cantar, dançar e ler, lembra a família. No domingo, estava irrequieta. Sentou-se na cadeira do pai e, enquanto cantavam para ela, sofreu um infarto. "Foi para o céu cantando", diz a irmã. Morreu aos 91.

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