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SAÚDE
Hospital aguarda repasse de R$ 1,5 milhão do SUS
Instituto do Câncer do Ceará pára de fazer cirurgias por falta de verba
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O único hospital especializado
em tratamento de câncer no Ceará, o Instituto do Câncer, suspendeu as cirurgias desde a segunda-feira por falta de repasse de verbas
do SUS (Sistema Único de Saúde),
segundo a direção da entidade.
O hospital aguarda o pagamento de R$ 1,5 milhão, dívida acumulada desde fevereiro deste ano.
O débito existe porque a instituição teve gastos extras para atender uma demanda maior de pacientes, o que foi autorizado pela
gestora do SUS em Fortaleza, a
prefeitura, de acordo com a direção do hospital.
Quinze pessoas deixaram de ser
operadas. Por mês, o instituto
realiza 170 cirurgias para a retirada de cânceres -90% dos casos
são cobertos pelo SUS. Por causa
da falta de verbas, apenas os casos
de emergência continuam sendo
atendidos no centro cirúrgico.
"Desde fevereiro, o atendimento era autorizado, mas o pagamento não era feito. Então, sempre havia a promessa de que amanhã o dinheiro será liberado, depois de amanhã, e isso nunca
acontecia. Agora chegamos a uma
situação insustentável", disse o
diretor do hospital, Sérgio Juaçaba. "Ainda estamos funcionando
graças às contribuições de empresários e de outras pessoas", afirmou Juaçaba.
Além de cirurgias, são atendidos 2.200 pacientes para sessões
de radioterapia e de quimioterapia, inclusive crianças, serviço
que não foi paralisado. "Optamos
por suspender as cirurgias para
não prejudicar os pacientes que já
estão em tratamento. Mas, com
isso, não podemos atender novos
pacientes", disse Juaçaba.
Outro lado
A Secretaria da Saúde do Estado
informou que já repassou R$ 150
mil para ajudar o hospital, 10% do
valor da dívida.
O secretário da Saúde de Fortaleza, Aldrovando Nery, disse que
o município não tem nenhuma
responsabilidade sobre a dívida e
que o hospital tem de ter controle
sobre o orçamento. Ele alega que
houve um aumento espontâneo
do atendimento ambulatorial. "O
repasse da verba do SUS tem sido
cumprido religiosamente todos
os meses."
"Assim que o dinheiro for depositado, voltamos a fazer cirurgias. O que não é possível é trabalhar sem dinheiro, apenas com
promessas", afirmou Juaçaba.
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