São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006

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Atrasos de vôos vão continuar, diz Anac

DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, reconheceu ontem que ainda faltam controladores de vôos e que os atrasos nos aeroportos devem persistir enquanto esse número não for suficiente.
Segundo ele, os atrasos de ontem ocorreram porque alguns controladores tiraram licença de saúde. O presidente da Anac afirmou que a agência tem feito remanejamento de pessoal e que os consumidores que se sentirem prejudicados devem recorrer à Justiça em busca de indenizações. "Isso a Justiça pode ver. A agência está tentando coordenar um elo que está falhando", afirmou.
Controladores de vôo também afirmaram à Folha que a retomada dos atrasos nos aeroportos é resultado da falta de pessoal, principalmente em Brasília, e apontaram sobrecarga de trabalho.
Segundo eles, a situação é tão grave que a falta de alguns funcionários pode comprometer o sistema. Foi o que ocorreu no domingo, em Brasília.
Segundo um controlador, que pediu para não ser identificado, cinco colegas que fariam o turno da manhã faltaram. Com isso, a equipe que controla o tráfego aéreo entre Brasília e Rio foi reduzida de nove para quatro funcionários.
Dois militares que trabalham no controle aéreo, mas no sistema de defesa, chegaram a ser desviados para dar apoio. Mas, por questões de segurança, houve resistência do grupo de controladores e a idéia foi abandonada. Segundo controladores de vôo, não houve nem a possibilidade de convocar profissionais em folga por causa da sobrecarga de trabalho.
Os controladores em Brasília afirmam que, desde o dia 2 -quando passageiros se revoltaram nos aeroportos- tiveram as folgas e o espaçamento entre os turnos reduzidos.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo (entidade que reúne só os controladores civis), Jorge Botelho, disse que os problemas de atrasos nos vôos no último final de semana foram resultado de "um gerenciamento no fluxo aéreo".
Segundo ele, devido à falta de pessoal no setor e ao aumento da demanda, foi preciso fazer um fluxo mais espaçado. Botelho afirmou que não vê soluções a curto prazo.
Para ele, o remanejamento de horários é a única providência momentânea porque, mesmo em caso de contração imediata de controladores, eles ainda terão de ser treinados.


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