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Atrasos de vôos vão continuar, diz Anac
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil),
Milton Zuanazzi, reconheceu
ontem que ainda faltam controladores de vôos e que os
atrasos nos aeroportos devem
persistir enquanto esse número não for suficiente.
Segundo ele, os atrasos de
ontem ocorreram porque alguns controladores tiraram licença de saúde. O presidente da
Anac afirmou que a agência
tem feito remanejamento de
pessoal e que os consumidores
que se sentirem prejudicados
devem recorrer à Justiça em
busca de indenizações. "Isso a
Justiça pode ver. A agência está
tentando coordenar um elo que
está falhando", afirmou.
Controladores de vôo também afirmaram à Folha que a
retomada dos atrasos nos aeroportos é resultado da falta de
pessoal, principalmente em
Brasília, e apontaram sobrecarga de trabalho.
Segundo eles, a situação é tão
grave que a falta de alguns funcionários pode comprometer o
sistema. Foi o que ocorreu no
domingo, em Brasília.
Segundo um controlador,
que pediu para não ser identificado, cinco colegas que fariam
o turno da manhã faltaram.
Com isso, a equipe que controla o tráfego aéreo entre Brasília
e Rio foi reduzida de nove para
quatro funcionários.
Dois militares que trabalham
no controle aéreo, mas no sistema de defesa, chegaram a ser
desviados para dar apoio. Mas,
por questões de segurança,
houve resistência do grupo de
controladores e a idéia foi
abandonada. Segundo controladores de vôo, não houve nem
a possibilidade de convocar
profissionais em folga por causa da sobrecarga de trabalho.
Os controladores em Brasília
afirmam que, desde o dia 2
-quando passageiros se revoltaram nos aeroportos- tiveram as folgas e o espaçamento
entre os turnos reduzidos.
O presidente do Sindicato
Nacional dos Trabalhadores de
Proteção ao Vôo (entidade que
reúne só os controladores civis), Jorge Botelho, disse que os
problemas de atrasos nos vôos
no último final de semana foram resultado de "um gerenciamento no fluxo aéreo".
Segundo ele, devido à falta de
pessoal no setor e ao aumento
da demanda, foi preciso fazer
um fluxo mais espaçado. Botelho afirmou que não vê soluções a curto prazo.
Para ele, o remanejamento
de horários é a única providência momentânea porque, mesmo em caso de contração imediata de controladores, eles
ainda terão de ser treinados.
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