São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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Após tumulto, 6 alunos são transferidos de colégio

Segundo Secretaria da Educação, outros envolvidos só terão famílias avisadas

As aulas na escola estadual da zona leste destruída na quarta por um grupo de alunos serão retomadas apenas na próxima semana

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de um grupo de alunos depredar a Escola Estadual Amadeu Amaral, de 1º e 2º graus, no Belém (zona leste), a Secretaria Estadual da Educação informou que seis estudantes foram punidos e serão transferidos.
Por meio de nota oficial divulgada ontem à noite, a secretaria informou ainda que outros jovens foram identificados como tendo participado da depredação, mas que terão apenas "suas famílias contatadas".
Na quarta-feira, por volta das 9h20, um grupo de estudantes, sem motivo claro, iniciou um quebra-quebra -janelas foram quebradas e carteiras escolares foram jogadas no pátio. A PM foi chamada e ocupou o prédio. Alunos dizem que foram agredidos com cassetetes.
As aulas só devem ser retomadas na próxima semana. Segundo a Secretaria da Educação, a reforma da escola, que tem 277 alunos e 63 professores, custará R$ 180 mil.

Histórico de violência
Não é a primeira vez que a escola Amadeu Amaral enfrenta problemas de violência. O Ministério Público já investigava outros dois episódios de quebra-quebra generalizado no local. Seis alunos estão sendo investigados e, se denunciados e condenados, podem receber punições da Justiça que podem variar entre advertência, trabalho comunitário, programa de liberdade assistida ou internação na Fundação Casa.
Segundo a promotora da Vara da Infância e Juventude Luciana Bergamo Tchorbadjian, o vandalismo vem sendo praticado em grandes proporções pelo menos desde o início de agosto, quando os alunos também quebraram janelas e arremessaram cadeiras no pátio.
A promotora investiga se a origem da violência é uma disputa entre a nova diretora, Maria Regina de Negreiros, 62 -transferida para a instituição há cerca de quatro meses-, e um grupo de alunos suspeitos de promover atos de vandalismo e usar drogas escondidos no telhado da instituição.
"A situação de lá chamou atenção pelo estado de depredação, pelo absoluto descontrole e evidente prejuízo ao aprendizado", disse Luciana.
Há dez dias, a diretora procurou o Ministério Público para denunciar alunos. Um deles, de 16 anos, é suspeito de organizar o primeiro tumulto, em agosto, logo que a diretora assumiu.
Na última segunda, ele se envolveu em novo confronto. Ao ser impedido de participar de uma excursão a um museu, teria dito à diretora, segundo o Ministério Público: "Se eu não vou, ninguém vai. É guerra? Então agora vai ter guerra!".
Minutos depois, alunos começaram a atirar carteiras pelas janelas e colocaram fogo em painéis nos corredores. Para acalmá-los, os professores encerraram as aulas cinco horas antes do horário normal.
A promotoria já ouviu, até agora, o jovem de 16 anos e um jovem de 14 anos suspeito de espancar um colega.
Esses casos podem ter três finais: punição pela Justiça, arquivamento ou perdão do juiz. A promotoria aguarda que a escola envie as informações sobre os alunos envolvidos na última depredação, na quarta-feira.


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