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Após tumulto, 6 alunos são transferidos de colégio
Segundo Secretaria da Educação, outros envolvidos só terão famílias avisadas
As aulas na escola estadual da zona leste destruída na quarta por um grupo de alunos serão retomadas apenas na próxima semana
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois de um grupo
de alunos depredar a Escola Estadual Amadeu Amaral, de 1º e
2º graus, no Belém (zona leste),
a Secretaria Estadual da Educação informou que seis estudantes foram punidos e serão
transferidos.
Por meio de nota oficial divulgada ontem à noite, a secretaria informou ainda que outros jovens foram identificados
como tendo participado da depredação, mas que terão apenas "suas famílias contatadas".
Na quarta-feira, por volta das
9h20, um grupo de estudantes,
sem motivo claro, iniciou um
quebra-quebra -janelas foram
quebradas e carteiras escolares
foram jogadas no pátio. A PM
foi chamada e ocupou o prédio.
Alunos dizem que foram agredidos com cassetetes.
As aulas só devem ser retomadas na próxima semana. Segundo a Secretaria da Educação, a reforma da escola, que
tem 277 alunos e 63 professores, custará R$ 180 mil.
Histórico de violência
Não é a primeira vez que a escola Amadeu Amaral enfrenta
problemas de violência. O Ministério Público já investigava
outros dois episódios de quebra-quebra generalizado no local. Seis alunos estão sendo investigados e, se denunciados e
condenados, podem receber
punições da Justiça que podem
variar entre advertência, trabalho comunitário, programa de
liberdade assistida ou internação na Fundação Casa.
Segundo a promotora da Vara da Infância e Juventude Luciana Bergamo Tchorbadjian, o
vandalismo vem sendo praticado em grandes proporções pelo
menos desde o início de agosto,
quando os alunos também quebraram janelas e arremessaram cadeiras no pátio.
A promotora investiga se a
origem da violência é uma disputa entre a nova diretora, Maria Regina de Negreiros, 62
-transferida para a instituição
há cerca de quatro meses-, e
um grupo de alunos suspeitos
de promover atos de vandalismo e usar drogas escondidos no
telhado da instituição.
"A situação de lá chamou
atenção pelo estado de depredação, pelo absoluto descontrole e evidente prejuízo ao
aprendizado", disse Luciana.
Há dez dias, a diretora procurou o Ministério Público para
denunciar alunos. Um deles, de
16 anos, é suspeito de organizar
o primeiro tumulto, em agosto,
logo que a diretora assumiu.
Na última segunda, ele se envolveu em novo confronto. Ao
ser impedido de participar de
uma excursão a um museu, teria dito à diretora, segundo o
Ministério Público: "Se eu não
vou, ninguém vai. É guerra?
Então agora vai ter guerra!".
Minutos depois, alunos começaram a atirar carteiras pelas janelas e colocaram fogo em
painéis nos corredores. Para
acalmá-los, os professores encerraram as aulas cinco horas
antes do horário normal.
A promotoria já ouviu, até
agora, o jovem de 16 anos e um
jovem de 14 anos suspeito de
espancar um colega.
Esses casos podem ter três finais: punição pela Justiça, arquivamento ou perdão do juiz.
A promotoria aguarda que a escola envie as informações sobre
os alunos envolvidos na última
depredação, na quarta-feira.
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