São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Foco

Escola padrão que faz homenagem a publisher da Folha é inaugurada no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Localizada num enclave verde da área que apresenta o maior crescimento populacional do Rio e atendendo tanto a alunos carentes como de classe média, será inaugurada hoje na zona oeste da cidade a escola municipal Octavio Frias de Oliveira, uma homenagem ao empresário e publisher da Folha, morto em 29 de abril do ano passado, aos 94 anos.
Com recursos da iniciativa privada, a Prefeitura do Rio concluiu sua 23ª escola padrão batizando-a com o nome de Frias de Oliveira -carioca, nascido em Copacabana (zona sul), em 5 de agosto de 1912.
As escolas padrão são construídas com a preocupação de facilitar a inclusão de portadores de necessidades especiais e o uso de instrumentos pedagógicos modernos. Os investimentos são mais elevados do que os de uma escola tradicional -podem chegar a R$ 4,2 milhões. Para a prefeitura, esse valor maior é compensado pela diminuição nos custos de manutenção e pelo fato de cada sala de aula estar preparada para utilização de computadores e equipamentos de som e vídeo.
No caso da escola municipal Octavio Frias de Oliveira, o investimento -de R$ 3,3 milhões- foi bancado pela construtora privada Calper com base em um decreto municipal de 1976, que permite ao município exigir contrapartidas ao autorizar a construção de um empreendimento imobiliário na cidade.
A inauguração será realizada hoje às 11h, na estrada de Jacarepaguá, 5.679, no largo do Anil, em Jacarepaguá, com as presenças do prefeito Cesar Maia (DEM), da secretária municipal de Educação, Sônia Mograbi, e de integrantes da família Frias de Oliveira.
Além das 23 escolas padrão já em funcionamento, outras oito estão em fase de construção. Ainda representam menos de 3% do total de 1.062 escolas de ensino fundamental da rede municipal de educação do Rio.
Segundo a secretária Sônia Mograbi, uma preocupação do projeto foi não repetir o erro de outras escolas-modelo e criar prédios grandes e vistosos, mas de difícil administração.
"Nossas escolas padrão são menores. Dessa maneira, elas ficam acolhedoras e mais facilmente administráveis pelos diretores", afirma Mograbi.
As atividades da escola Octavio Frias de Oliveira começaram em setembro deste ano, tendo como uma de suas características atrair tanto alunos de classe média dos condomínios do bairro quanto crianças de favelas próximas, como as de Rio das Pedras e Gardênia Azul.
A diversidade, diz a diretora Maria Cláudia Virginio, é um trunfo. "Há aqui desde alunos cujos pais trazem e levam de carro até crianças de famílias de baixa escolaridade. Todos se beneficiam desse convívio."
Hoje a escola atende a 339 alunos da educação infantil e do ensino fundamental. A partir do ano que vem funcionará com a capacidade máxima de 630 estudantes em 11 salas.
A maioria das crianças da escola estava à espera de vagas na educação infantil ou foi transferida do extinto 3º turno de uma escola vizinha.
A dona-de-casa Maria José da Silva, 42, era uma das mães que, por falta de vagas adequadas, tinha o filho Gustavo, 7, estudando no 3º turno da escola Adalgisa Monteiro.
Para ela, o espaço físico e a receptividade da diretora são os pontos altos da escola Octavio Frias de Oliveira.
Lilian Raquel da Silva, 32, também dona-de-casa, diz que a nova instituição representou uma economia de R$ 147 no seu orçamento. "Como não havia vaga na escola municipal, tive que matricular minha filha numa particular. Quando passei por aqui e vi que o prédio estava ficando bonito, corri para garantir a matrícula."
Apesar dos elogios, ela cobra da prefeitura a instalação de um sinal na porta da escola. "Os carros passam com muita velocidade e é difícil atravessar a rua com as crianças", declara Silva.


Texto Anterior: Diretora afirma que não viu policiais agredirem alunos
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.