São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Restaurante coreano burla vigilância e reabre

Donos do estabelecimento no Bom Retiro estão presos sob a suspeita de vender pratos feitos com carne de cachorro

Reportagem flagrou consumidores no local por volta do meio-dia de ontem; acionada, fiscalização chegou depois e nada encontrou

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após ter sua cozinha interditada pela Vigilância Sanitária, o restaurante coreano Por Que Chama, localizado na rua Guarani, no Bom Retiro, funcionou ontem e uma de suas quatro mesas estava ocupada por clientes. Os donos do estabelecimento estão presos desde anteontem sob a suspeita de comercializar pratos feitos com carne de cachorro.
Após a Folha constatar a reabertura do local, por volta das 12h de ontem, e entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, fiscais da vigilância foram até o restaurante, mas não encontraram nenhum alimento sendo consumido, conforme a secretaria.
O estabelecimento estava proibido de vender alimentos porque sua cozinha estava em condições precárias de uso e não respeitava uma série de normas, segundo a vigilância.
No documento que oficializou a interdição, o órgão informou que medidas de higienização precisariam ser tomadas antes da reabertura e, conforme os fiscais, era isso que estava sendo feito ontem.
Procurados, os advogados de Tae Soon Choi e Mak Neachoi, donos do restaurante que foram presos acusados de formação de quadrilha, crimes contra o consumidor e maus tratos contra animais, não foram encontrados. A reportagem conversou com uma funcionária do local, pediu para que um responsável entrasse em contato, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.
O outro restaurante coreano investigado pela polícia por também vender comida de cachorro estava funcionando ontem. Porém apenas clientes selecionados tinham acesso a ele.
O estabelecimento não chegou a ser interditado. Ele foi autuado anteontem por irregularidades na cozinha.
Sem nenhuma identificação em sua entrada, o restaurante Ho Nan Park, mesmo nome de seu proprietário, só aceita clientes previamente identificados. Brasileiros não entram, segundo comerciantes coreanos da redondeza. Os advogados desse estabelecimento não foram encontrados ontem. Park e o outro proprietário, Kun Ok Park Chung, continuavam presos, segundo a polícia.
Anteontem, a polícia achou em Suzano (Grande SP), um abatedouro de cães e gatos na casa de Roberto Morais, 41, e Roseli Nascimento, 39. No local, foram apreendidos 60 quilos de carne canina e dois gatos mortos. O casal, segundo a polícia, tinha como clientes restaurantes do Bom Retiro. Os dois foram presos. O consumo de carne de cães e gatos é proibido no país. O advogado do casal, Fabrício Tsutsui, disse que não teve acesso ao processo e, por isso, não se manifestaria.


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