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Restaurante coreano burla vigilância e reabre
Donos do estabelecimento no Bom Retiro estão presos sob a suspeita de vender pratos feitos com carne de cachorro
Reportagem flagrou consumidores no local por volta do meio-dia de ontem; acionada, fiscalização chegou depois e nada encontrou
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após ter sua cozinha
interditada pela Vigilância Sanitária, o restaurante coreano
Por Que Chama, localizado na
rua Guarani, no Bom Retiro,
funcionou ontem e uma de suas
quatro mesas estava ocupada
por clientes. Os donos do estabelecimento estão presos desde anteontem sob a suspeita de
comercializar pratos feitos com
carne de cachorro.
Após a Folha constatar a reabertura do local, por volta das
12h de ontem, e entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, fiscais da vigilância foram até o restaurante,
mas não encontraram nenhum
alimento sendo consumido,
conforme a secretaria.
O estabelecimento estava
proibido de vender alimentos
porque sua cozinha estava em
condições precárias de uso e
não respeitava uma série de
normas, segundo a vigilância.
No documento que oficializou a interdição, o órgão informou que medidas de higienização precisariam ser tomadas
antes da reabertura e, conforme os fiscais, era isso que estava sendo feito ontem.
Procurados, os advogados de
Tae Soon Choi e Mak Neachoi,
donos do restaurante que foram presos acusados de formação de quadrilha, crimes contra
o consumidor e maus tratos
contra animais, não foram encontrados. A reportagem conversou com uma funcionária
do local, pediu para que um
responsável entrasse em contato, mas não teve resposta até
a conclusão desta edição.
O outro restaurante coreano
investigado pela polícia por
também vender comida de cachorro estava funcionando ontem. Porém apenas clientes selecionados tinham acesso a ele.
O estabelecimento não chegou a ser interditado. Ele foi
autuado anteontem por irregularidades na cozinha.
Sem nenhuma identificação
em sua entrada, o restaurante
Ho Nan Park, mesmo nome de
seu proprietário, só aceita
clientes previamente identificados. Brasileiros não entram,
segundo comerciantes coreanos da redondeza. Os advogados desse estabelecimento não
foram encontrados ontem.
Park e o outro proprietário,
Kun Ok Park Chung, continuavam presos, segundo a polícia.
Anteontem, a polícia achou
em Suzano (Grande SP), um
abatedouro de cães e gatos na
casa de Roberto Morais, 41, e
Roseli Nascimento, 39. No local, foram apreendidos 60 quilos de carne canina e dois gatos
mortos. O casal, segundo a polícia, tinha como clientes restaurantes do Bom Retiro. Os
dois foram presos. O consumo
de carne de cães e gatos é proibido no país. O advogado do casal, Fabrício Tsutsui, disse que
não teve acesso ao processo e,
por isso, não se manifestaria.
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