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Conheça outros casos que aterrorizaram São Paulo e Rio de Janeiro nas décadas de 80 e 90
Maníacos preferem as mulheres
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
Os casos envolvendo criminosos maníacos expõem algumas
características comuns de suas
personalidades e do modo de
agir: atacam sempre mulheres
em situação de fragilidade, normalmente usam um mesmo tipo
de arma, agem em uma mesma
região e, algumas vezes, são impulsionados por um fetiche.
Além das tradicionais ruas escuras, os maníacos passaram a
invadir novos espaços, como
consultórios de dentistas e carros em movimento (como o recente caso da gangue da batida).
Mas, em qualquer que seja o local da ação, escolhem o momento em que a mulher apresenta a
menor chance de reação.
Também costumam usar um
mesmo tipo de "arma": estilete,
ácido, revólver de plástico etc.
Geralmente são violentos com
as vítimas, mesmo quando elas
não esboçam reação, e roubam
seus objetos, mesmo quando,
aparentemente, o objetivo principal era a violência sexual.
Há casos de fetiche, como o
"maníaco do vestido de noiva",
e casos excêntricos, como o do
norte-americano Michael Wyatt,
acusado de atacar mulheres de
Arkansas para chupar e acariciar
seus pés. A seguir, alguns casos
de repercussão no país:
MANÍACOS POR DENTISTAS - No início de 93, a polícia
de São Paulo prendeu o primeiro
homem acusado de ser um "maníaco por dentistas", o desempregado Célio Carlos Magno,
que foi reconhecido por dez dentistas que disseram ter sido estupradas por ele em seus consultórios. O desempregado marcava
consulta com suas vítimas, quase
sempre no último horário do dia,
para que não fosse surpreendido
por outro cliente. Ele também
roubava as dentistas. Em junho
de 94 surgiu mais um "maníaco
por dentistas". O homem atacou
pelo menos cinco, a maioria na
zona leste da cidade. Uma das vítimas morreu. O maníaco sempre atacava quando a mulher estava em seu consultório. Para
impedir que a vítima o reconhecesse, o criminoso vedava as vítimas. Depois as violentava sexualmente. O maníaco estava
sempre armado de revólver e
agia sozinho. Outro fator constante na ação contra as dentistas
era o roubo de objetos das vítimas. Levava dinheiro, cheques e
o carro das dentistas.
MANÍACO DO ÁCIDO - Os primeiros ataques do "maníaco do
ácido" aconteceram na zona leste de São Paulo, em 1989. Naquele ano, a polícia registrou 10 casos, mas os moradores falavam
em 50 vítimas. Com os depoimentos das vítimas, foi constatado que vários maníacos agiam na
região, jogando um ácido que
provocava queimaduras nas per
nas. Em 90, um ataque aconteceu
em Santo Amaro (zona sul). Em
fevereiro de 91, um homem atacou no centro da cidade. Só um
suspeito foi preso.
MANÍACOS DO ESTILETE - Em
abril de 1990 as paulistanas ficaram aterrorizadas com a ação de
um suposto "maníaco do estilete". O criminoso atacaria com
um estilete no bairro de Pinheiros (zona sudoeste). Cerca de dez
vítimas teriam sido feridas nas
proximidades da rua Artur de
Azevedo. O principal suspeito
era um homem loiro, de 1,80 m,
idade entre 25 e 30 anos, bem
vestido. Suspeitava-se que o criminoso estava contaminado
com o vírus da Aids e procurava
uma forma de vingança. Os ataques aconteciam entre 19h e 21h.
O agressor abordava as mulheres
que andavam na calçada, dava
uma punhalada na barriga e fugia correndo. Ninguém foi preso
e a polícia colocou em dúvida a
veracidade da história.
MANÍACO DA LIBERDADE -
Depois dos maníacos do estilete
e do ácido, surgiu o "maníaco
da Liberdade". O homem atacava mulheres com feições orientais no bairro da Liberdade, na
região central de São Paulo. O
maníaco encostava uma faca nas
costas da vítima, as levava para
pensões do bairro e as estuprava.
Ele dava preferência a estudantes
entre 20 e 25 anos, que frequentavam cursinhos da região.
MANÍACO DA USP - Em junho
de 92, a polícia prendeu um funcionário da Cidade Universitária
de São Paulo sob acusação de ser
o estuprador da USP. Em um
ano, pelo menos dez mulheres
foram estupradas perto da raia
olímpica da Cidade Universitária. O estuprador usava uma arma de plástico.
MANÍACO DO VESTIDO DE
NOIVA - Protagonista de uma
história que virou seriado de TV,
"As Noivas de Copacabana",
Heraldo Barroso Madureira foi
condenado por estupros no Rio
de Janeiro no início dos anos 90.
Ele escolhia suas vítimas -em
geral, mulheres recém-casadas- por meio de anúncios nos
jornais de venda de vestidos de
noiva. Ele teria dito que começou a praticar os crimes após sua
mulher o trair com um homem
que exigia que ela usasse um vestido de noiva.
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