DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da versão oficial de normalização do setor, os controladores de tráfego aéreo de Brasília alertam para uma bomba-relógio. Segundo eles, as negociações da Aeronáutica não passam de "fachada" para cumprir ordem do Planalto e o clima de repressão estaria piorando -já teriam sido abertos seis inquéritos ou processos de investigação contra operadores. Eles não planejam nenhum protesto, mas manterão a operação-padrão em vigor desde outubro. E alertam que, sem a efetiva redistribuição dos horários dos vôos comerciais, o controle de fluxo em pousos e decolagens pode causar mais dias de caos nos aeroportos do país. Procurada, a Aeronáutica não comentou o assunto até o fechamento desta edição. A Aeronáutica já confirmou a senadores que não descarta um terceiro aquartelamento devido a boatos de um novo protesto. Acuados, os controladores apostam agora na interferência parlamentar e em denúncias na imprensa.
Fim de ano
A possibilidade de longos atrasos durante os feriados de fim de ano ainda não foi afastada. Na Câmara, as principais autoridades federais do setor aéreo participaram de uma audiência pública para dar explicações sobre o caos nos aeroportos e fizeram prognósticos sobre o fim do mês. O comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, disse que será "ok". Depois de ouvir as autoridades, uma comissão especial de deputados visitou na tarde de ontem as instalações do Cindacta-1, localizado em Brasília. O presidente da comissão, deputado Alceu Collares (PDT-RS), indicou que o número de controladores precisa ser aumentado. "Verifico que no item recursos humanos talvez seja preciso quintuplicar o número atual." (LS)