São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

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Foco

Prédios da Vila Nova Conceição sofrem ataque de bolinhas de gude

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado carioca João Eduardo Amaral, 35, há dois anos morando em São Paulo, nunca pensou que enfrentaria mais problemas com violência do que no Rio. "Eu me livrei da ameaça de bala perdida para levar bolinha de gude na vidraça", reclama.
Ele se refere a um morador do prédio ao lado que tem atirado as bolinhas e já quebrou duas vezes os vidros que protegem sua cobertura com piscina. Amaral reuniu 14 "projéteis" lançados em seu apartamento e em outros três da redondeza e os levou ontem ao 15º DP, onde já havia registrado queixa.
O ataque das bolas ocorre em um dos bairros mais luxuosos de SP, a Vila Nova Conceição (zona sul), onde o metro quadrado dos imóveis pode chegar a R$ 10 mil.
De acordo com a perícia, as bolinhas partiram de um dos três últimos andares do edifício Coubert, cujos apartamentos medem 155 m2.
O prédio tem 16 andares, com duas unidades em cada, exceto nos três últimos, onde os apartamentos têm o tamanho de dois.
O principal suspeito, segundo moradores, é um jovem de 25 anos. Os vizinhos dizem que o rapaz leva uma "vida desregrada", tem fama de arruaceiro e antecedentes no arremesso de bolinhas de gude -e também de ovos- pela janela.
Além de Amaral, foram alvejados a pecuarista Aracy Delicato e o próprio síndico do Coubert, Antônio Carlos Martins. Há poucos dias, o alvo foi a cobertura de um prédio recém erguido, a cerca de 20 metros.
"Mas não é só bolinha, ele joga ovo também", diz o segurança da obra, Gilmar.
Aracy, que teve o vidro da sala trincado, conta que "o faxineiro achou uma bolinha de gude lá embaixo, na direção da minha janela; deixei por isso mesmo."
O síndico do Coubert afirma que fez uma reforma e que o pedreiro viu quando o rapaz atirou ovos e bolinhas de gude na parede externa da área de serviço. Depois de fazer uma queixa formal, recebeu desculpas da mãe do jovem. "Mas ela não admite que seja ele. Diz que achou bolas de gude em casa, mas pensou que fossem contas de seu colar", diz.
O pai do suspeito afirma que o rapaz está viajando. Ele se exalta quando questionado sobre as acusações. Ele afirma que o filho estava fora de casa nos horários dos arremessos, e que não sabe nada sobre o assunto.
Amaral pretende processar o culpado e pedir uma indenização de R$ 4 mil, por danos materiais e morais.


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