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Foco
Prédios da Vila Nova Conceição sofrem ataque de bolinhas de gude
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado carioca João
Eduardo Amaral, 35, há dois
anos morando em São Paulo,
nunca pensou que enfrentaria mais problemas com violência do que no Rio. "Eu me
livrei da ameaça de bala perdida para levar bolinha de
gude na vidraça", reclama.
Ele se refere a um morador do prédio ao lado que
tem atirado as bolinhas e já
quebrou duas vezes os vidros
que protegem sua cobertura
com piscina. Amaral reuniu
14 "projéteis" lançados em
seu apartamento e em outros três da redondeza e os
levou ontem ao 15º DP, onde
já havia registrado queixa.
O ataque das bolas ocorre
em um dos bairros mais luxuosos de SP, a Vila Nova
Conceição (zona sul), onde o
metro quadrado dos imóveis
pode chegar a R$ 10 mil.
De acordo com a perícia,
as bolinhas partiram de um
dos três últimos andares do
edifício Coubert, cujos apartamentos medem 155 m2.
O prédio tem 16 andares,
com duas unidades em cada,
exceto nos três últimos, onde os apartamentos têm o
tamanho de dois.
O principal suspeito, segundo moradores, é um jovem de 25 anos. Os vizinhos
dizem que o rapaz leva uma
"vida desregrada", tem fama
de arruaceiro e antecedentes no arremesso de bolinhas de gude -e também de
ovos- pela janela.
Além de Amaral, foram alvejados a pecuarista Aracy
Delicato e o próprio síndico
do Coubert, Antônio Carlos
Martins. Há poucos dias, o
alvo foi a cobertura de um
prédio recém erguido, a cerca de 20 metros.
"Mas não é só bolinha, ele
joga ovo também", diz o segurança da obra, Gilmar.
Aracy, que teve o vidro da
sala trincado, conta que "o
faxineiro achou uma bolinha
de gude lá embaixo, na direção da minha janela; deixei
por isso mesmo."
O síndico do Coubert afirma que fez uma reforma e
que o pedreiro viu quando o
rapaz atirou ovos e bolinhas
de gude na parede externa
da área de serviço. Depois de
fazer uma queixa formal, recebeu desculpas da mãe do
jovem. "Mas ela não admite
que seja ele. Diz que achou
bolas de gude em casa, mas
pensou que fossem contas
de seu colar", diz.
O pai do suspeito afirma
que o rapaz está viajando.
Ele se exalta quando questionado sobre as acusações.
Ele afirma que o filho estava
fora de casa nos horários dos
arremessos, e que não sabe
nada sobre o assunto.
Amaral pretende processar o culpado e pedir uma indenização de R$ 4 mil, por
danos materiais e morais.
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