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Bancários querem manter detector de metal
Sindicato diz que irá à Justiça contra decisão dos vereadores de SP que revogaram a obrigatoriedade dos equipamentos em bancos
Pela decisão da Câmara, as agências bancárias da cidade terão 120 dias para se adaptar; sindicato alega que lei federal já trata do assunto
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vereadores facilitam [a] vida de assaltantes em toda a cidade de São Paulo." Foi assim
que o Sindicato dos Bancários
de São Paulo reagiu ontem à decisão da Câmara de proibir o
uso de portas giratórias e detectores de metais nas 2.160 agências bancárias da capital.
Além da mensagem colocada
em letras garrafais em sua página da internet, a entidade
anunciou que vai à Justiça pedir a anulação da lei, contestando sua constitucionalidade. Para o sindicato, o município não
tem competência para legislar
sobre o assunto, já tratado por
uma lei federal (7.102/83).
A proibição dos equipamentos ocorreu anteontem com a
rejeição ao veto sobre o projeto
de lei, imposto em 2005 pelo
então prefeito José Serra
(PSDB). A proposta, do tucano
Dalton Silvano, tramitava na
Casa havia dez anos.
Após a promulgação e publicação da lei no "Diário Oficial"
do município, as agências bancárias terão 120 dias para se
adaptar à lei sob pena de multa
de 5.000 Ufirs (R$ 5.320,50),
que pode ser dobrada em caso
de reincidência.
Segundo a Febraban, 50%
das agências bancárias de São
Paulo são equipadas com porta
giratória.
Para o parlamentar, o principal motivo para a proibição é o
constrangimento sofrido pelos
usuários, principalmente se forem "negros, pobres e humildes". "Ficava a critério do vigilante apertar o botão [para travar a porta]: se for negro, botão.
Malvestido, botão. Existem estatísticas já comprovadas de
que a porta giratória não evita,
não coíbe o assalto", afirmou.
Para o presidente do sindicato, Luiz Claudio Marcolino, Silvano quer apenas promoção
pessoal com a polêmica, já que
ele não buscou ouvir a categoria nem a população sobre o tema. "Num período pré-eleitoral, essa lei vai dar a ele uma visibilidade que não deve ter tido
durante todo o mandato."
Além do sindicato, a Prefeitura de São Paulo e a Febraban
(Federação Brasileira de Bancos) informaram que também
estudam a possibilidade de ir à
Justiça contra a lei.
Para o diretor de segurança
física da federação, Pedro Oscar Viotto, a principal preocupação é haver uma reversão na
tendência de queda do número
de roubos. Em 2000, foram registrados 381 roubos a agências. Apesar de um pico em
2006 (274), esse número só cai
desde então: 283 (2001), 245
(2002), 248 (2003), 168 (2004),
193 (2005), 274 (2006) e 160
(até novembro de 2007).
O especialista em segurança
pública Renato De Vitto disse
concordar com os parlamentares sobre os constrangimentos
a usuários no acesso aos bancos. Para ele, porém, ao proibir
também o uso de detectores de
metal, aumenta-se a "vulnerabilidade" dos bancos.
Os sindicatos dos vigilantes
bancários e das empresas de vigilância também informaram
ver com preocupação a retirada
das portas giratórias. Para eles,
apesar dos problemas, a retirada do equipamento aumentará
o número de roubos na capital.
A Secretaria de Segurança
Pública e a Polícia Federal não
se manifestaram até a conclusão desta edição.
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