|
Texto Anterior | Índice
Helio Dias de Moura, o direito e a arte
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Ele se vestia como se veste um advogado", falava com
a mesma formalidade e era
um homem sempre sério. É
assim que amigos e parentes
descrevem Helio Dias de
Moura, advogado de grandes
corporações e antigo conselheiro do maior museu da
América Latina.
Nasceu em Guaranésia
(MG), mas mudou-se ainda
pequeno para São Paulo, filho e neto de advogados. Formou-se na USP, fez doutorado na New York University
School of Law e voltou para o
Brasil para trabalhar com direito econômico internacional, área ainda incipiente no
país.
Conseguiu trazer para seu
escritório -Moura, Teixeira,
Gouvêa e Silva Advogados-
empresas de porte, multinacionais como a Shell, a
Adams e a Ford. Recebeu
duas comendas, a Ordem de
Rio Branco, do Itamaraty, e a
Ordem de Santo Olavo, do rei
da Noruega, por seu trabalho
na empresa de celulose Borregaard.
Foi ainda diretor do antigo
Badesp no governo estadual
de Abreu Sodré (1967-71),
que, como ele, era conselheiro do Masp. Apaixonado por
arte, montou uma coleção
pessoal impressionante, segundo colegas, mas que fazia
questão de manter discretamente, sem nem citar as
obras.
Sócio vitalício do museu,
foi vice-presidente por muitas gestões, em que viu crescer a crise na instituição
-justamente quando assumiu a presidência, por quatro meses, em um delicado
período de transição, no fim
de 1993, logo antes da gestão
de Júlio Neves, ainda hoje no
cargo. Também ele diz ter sido Moura "um exemplo de
formalidade e polidez".
Deixou três filhos e quatro
netos. Morreu no domingo,
por deficiência respiratória,
aos 87 anos, em São Paulo.
Texto Anterior: Mortes Índice
|