São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

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Helio Dias de Moura, o direito e a arte

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Ele se vestia como se veste um advogado", falava com a mesma formalidade e era um homem sempre sério. É assim que amigos e parentes descrevem Helio Dias de Moura, advogado de grandes corporações e antigo conselheiro do maior museu da América Latina.
Nasceu em Guaranésia (MG), mas mudou-se ainda pequeno para São Paulo, filho e neto de advogados. Formou-se na USP, fez doutorado na New York University School of Law e voltou para o Brasil para trabalhar com direito econômico internacional, área ainda incipiente no país.
Conseguiu trazer para seu escritório -Moura, Teixeira, Gouvêa e Silva Advogados- empresas de porte, multinacionais como a Shell, a Adams e a Ford. Recebeu duas comendas, a Ordem de Rio Branco, do Itamaraty, e a Ordem de Santo Olavo, do rei da Noruega, por seu trabalho na empresa de celulose Borregaard.
Foi ainda diretor do antigo Badesp no governo estadual de Abreu Sodré (1967-71), que, como ele, era conselheiro do Masp. Apaixonado por arte, montou uma coleção pessoal impressionante, segundo colegas, mas que fazia questão de manter discretamente, sem nem citar as obras.
Sócio vitalício do museu, foi vice-presidente por muitas gestões, em que viu crescer a crise na instituição -justamente quando assumiu a presidência, por quatro meses, em um delicado período de transição, no fim de 1993, logo antes da gestão de Júlio Neves, ainda hoje no cargo. Também ele diz ter sido Moura "um exemplo de formalidade e polidez".
Deixou três filhos e quatro netos. Morreu no domingo, por deficiência respiratória, aos 87 anos, em São Paulo.


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