São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Mãe entrega suspeito de matar médica

Reconhecido por quatro testemunhas, adolescente de 14 anos já está internado provisoriamente na Fundação Casa

A ginecologista Nadir Oyakawa, 53, foi morta em dezembro do ano passado na frente da casa de sua irmã, na zona oeste de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Um adolescente de 14 anos suspeito de ter assassinado a ginecologista Nadir Oyakawa, 53, em dezembro do ano passado, na zona oeste de São Paulo, foi entregue à polícia pela sua própria mãe anteontem. Ele foi reconhecido por quatro testemunhas do crime, segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Outros dois suspeitos estão em liberdade.
Segundo o DHPP, a mulher entregou o filho pois tem informações de sua participação no crime e temia que ele fosse assassinado por causa disso. A reportagem apurou que a polícia acredita que criminosos que agem na região da favela tenham pressionado a mulher a entregar o filho -por causa dele, a Polícia Civil realizava buscas constantes na comunidade.
A polícia não informou a identidade da mãe.

Latrocínio
Nadir foi morta em seu carro, na rua Dr. João Vieira Neves, região do Rio Pequeno, na frente da casa de sua irmã por três criminosos que planejavam realizar um assalto. Era tarde da noite do dia 12 de dezembro de 2008, e ela voltava da festa de formatura de uma sobrinha.
Segundo a polícia, a vítima foi morta porque buzinou diversas vezes para alertar parentes sobre o assalto.
Nadir se formou na Unicamp (Universidade de Campinas) e chefiava o setor de laser do hospital Pérola Byington, cargo que ocupava desde dezembro de 1990. Ela era considerada uma das maiores especialistas em tratamento a laser no país (leia mais nesta página).
Segundo o delegado Marcos Carneiro de Lima, do DHPP, foi o adolescente de 14 anos preso anteontem quem disparou a arma. "Ele já foi reconhecido por quatro testemunhas que estavam no local e já está internado provisoriamente na Fundação Casa enquanto duram as investigações."
O jovem e os dois supostos comparsas já haviam sido detidos pela Polícia Militar momentos depois do crime na região. Os três foram submetidos a reconhecimento por um familiar da vítima na rua, sob a luz do farol de um carro da polícia, mas não foram reconhecidos e acabaram liberados.
Na ocasião, os policiais militares tiraram fotos dos suspeitos. Em uma dessas fotos o adolescente aparece com roupas semelhantes às descritas por testemunhas. Segundo a polícia, outro indício é que uma câmera de segurança próxima ao local do crime teria filmado uma pessoa com roupas semelhantes às que o jovem usava quando foi detido pela PM.
Apesar dos indícios, segundo a polícia, ele negou participação no crime. O jovem já tinha passagens pela polícia e estava submetido ao sistema de liberdade assistida.
Outro suposto comparsa, que tem 20 anos, foi localizado pelo DHPP, mas não foi reconhecido por testemunhas, por isso não teve prisão temporária pedida à Justiça. O terceiro suspeito, um adolescente de 13 anos, não foi mais encontrado para novo reconhecimento. O DHPP tenta agora reunir mais provas para tentar pedir à Justiça as prisões temporárias dos dois suspeitos que estão soltos.


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