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POLÍCIA
Além do diretor-geral, Hitler Mussoline, o governador goiano afastou também 4 delegados e 25 servidores
Denúncia afasta chefe da Polícia Civil de GO
LAURO VEIGA FILHO
free-lance para a Agência Folha
O governador Maguito Vilela
(PMDB) exonerou ontem o diretor-geral da Polícia Civil de Goiás,
delegado Hitler Mussoline Domingues Pacheco, denunciado pelo Ministério Público no final do
ano passado por prevaricação.
Outros 4 delegados e mais 25 servidores da Delegacia Estadual de
Estelionato e Outras Fraudes também foram afastados.
O superintendente da Polícia
Técnica e Científica, Natal de Castro Araújo, foi confirmado ontem
como substituto de Mussoline.
A crise instalada na Polícia Civil
goiana desde a apresentação da
denúncia e os episódios do último
fim-de-semana tornaram "insustentável" a posição do ex-diretor,
segundo apurou a Agência Folha.
Na madrugada de sábado, a sede
da delegacia, no centro de Goiânia, foi arrombada, registrando-se
o roubo de R$ 103,1 mil, US$ 5 mil
e jóias estimadas em R$ 40 mil.
Segundo o superintendente da
Polícia Judiciária, Nilpho Sebastião Naves, os valores haviam sido
apreendidos no dia anterior com
dois suspeitos de estelionato.
Naves determinou, anteontem, a
transferência do inquérito que investiga o roubo, antes a cargo da
Corregedoria da Polícia Civil, para
a Delegacia de Furtos e Roubos.
De acordo com o chefe de gabinete da Procuradoria Geral do Estado, Mozart Brum Silva, a denúncia do Ministério Público, no final
de 1997 envolve, além de Mussoline, mais três delegados -entre
eles, o superintendente da Polícia
Judiciária, que continua no cargo.
O Ministério Público apurou o
envolvimento de um policial civil
na morte de Sabino Pereira Filho,
dono de uma mina de esmeraldas
em Santa Terezinha de Goiás, onde Mussoline também teria participação em um garimpo. O crime
aconteceu em fevereiro de 94.
Segundo Brum, o inquérito que
investigava o caso teria sido arquivado "por ordens superiores".
O ex-diretor-geral da Polícia Civil, contrariado com a decisão do
governador, declarou, por meio
de sua assessoria, que não vai comentar seu afastamento.
Nilpho Alves considerou uma
"aberração" o processo movido
pelo Ministério Público. "Não
houve prevaricação e não há policiais envolvidos. A acusação não
tem substância, é conversa fiada
do Ministério Público."
Mussoline enfrentava um outro
constrangimento. Seu filho, o empresário Antônio Eugênio Ribeiro
Domingues de Moura Pacheco, foi
preso pela Polícia Federal, em 12
de novembro, acusado de operar
clandestinamente uma instituição
financeira, fazer cobrança abusiva
de juros, sonegar impostos e formar quadrilha. O empresário foi
liberado anteontem com uma liminar obtida em pedido de habeas
corpus apresentado por seus advogados.
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