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VIOLÊNCIA
Marco Antônio Desgualdo atirou para o alto
Chefe da Polícia Civil de São Paulo escapa de sequestro relâmpago
DO "AGORA"
O delegado-geral da Polícia Civil em São Paulo, Marco Antônio
Desgualdo, 54, escapou de um seqüestro relâmpago, no domingo à
noite, ao atirar "para o alto" quando ladrões tentaram rendê-lo.
Acompanhado da mulher e de
uma filha de 18 anos, ele tinha
acabado de estacionar seu Renault Scenic numa avenida no Jabaquara (zona sul) quando foi
abordado. Depois do tiro, os bandidos fugiram sem nada roubar.
Ontem, ele disse ter gostado da
sua primeira experiência como
vítima de assaltantes. "Por incrível que pareça, eu gostei da sensação. Foi bom sentir de novo o doce cheiro da pólvora no ar." De
acordo com ele, o episódio o fez
lembrar do tempo em que era policial de rua. "Bandido não tem
vez", acrescentou.
Segundo Desgualdo, os ladrões
chegaram em duas motos. Um
deles atacou assim que o carro parou. "Ele estava com um revólver
calibre 38 e mandou eu ir para o
banco de trás. Tentei tranquilizá-lo e à minha família. Acho que ele
percebeu que eu estava com uma
arma e vacilou. Nesse instante,
abri a porta do carro contra ele,
atirei para o alto e eles fugiram."
O delegado disse ainda que chegou a correr "por uns 50 metros",
mas não alcançou os ladrões. Diversas equipes da polícia foram
acionadas, mas não prenderam
ninguém. O Deic (Departamento
de Investigações sobre o Crime
Organizado) investiga o caso.
Apesar de ter reagido ao ataque,
o delegado recomendou que outras pessoas não façam o mesmo.
"Reagi porque sou policial, porque tenho anos de treinamento."
Especialistas concordam com
ele ao dizer que a atitude do delegado-geral não deve ser imitada
por pessoas sem treinamento.
O coronel da reserva José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional
da Segurança Pública, afirmou
que "a idéia geral é, em princípio,
não reagir. [Mas] isso não é absoluto. Ele, como policial experimentado, tem condições de avaliar o acerto de uma reação, coisa
que 99% das pessoas não têm."
O presidente da Associação dos
Delegados de Polícia do Estado de
São Paulo, André Di Rissio, diz
que quem não tem treinamento
profissional não deve reagir. Ele
defendeu a ação de Desgualdo.
"Se o seqüestro relâmpago tivesse
se consumado, o bandido iria perceber que era um policial, o que
aumentaria o risco."
Colaborou a Reportagem Local
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