|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Baiana acusada de matar filho em Portugal vai a julgamento
Ana Virginia, que estava no país havia um mês quando o garoto de seis anos morreu, diz que foi enganada pelo ex-advogado
VITORINO CORAGEM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA
A administradora de empresas baiana Ana Virginia Moraes
Sardinha, 38, que responde em
Portugal a um processo sob
acusação de ter matado o próprio filho, de seis anos, afirmou
no tribunal que confessou o crime por ter sido enganada.
Segundo a agência Lusa, a
brasileira afirmou quarta-feira,
primeiro dia do julgamento, ter
caído numa cilada, pois o seu
advogado à época teria assegurado que, se confessasse, tudo
acabaria bem. O julgamento
continua hoje, em Alenquer.
Junto com o filho, Leonardo
Brittes Sardinha Santos, 6, Ana
Virginia foi para Portugal em 1º
de junho de 2007 para se encontrar com Nuno Guilherme
de Almeida Sampaio, ex-jogador do clube português Benfica,
que havia conhecido pela internet em 2005. Segundo o relato
dela no tribunal, duas semanas
depois, houve um desentendimento, e o ex-jogador lhe disse
para regressar ao Brasil. Segundo a acusação, Ana não aceitou
o rompimento.
A brasileira relatou, segundo
a agência Lusa, que se preparava para fazer as malas, mas, como o filho resistiu à idéia de
voltar, decidiu lhe dar um medicamento para que dormisse.
A acusação diz que Ana Virginia
o obrigou a tomar três frascos
de um remédio para epilepsia, o
que teria provocado uma intoxicação. A brasileira disse que
não tinha a intenção de matar o
filho e negou ter dado um frasco inteiro de comprimidos.
O garoto morreu no início de
julho. Ana Virginia disse que
tentou o suicídio logo depois.
Em agosto, sua família enviou um e-mail ao presidente
Lula dizendo que ela tinha sido
torturada pela polícia portuguesa para confessar o crime.
Um funcionário do consulado
brasileiro em Lisboa a visitou
no hospital e constatou marcas
de agressões e queimaduras.
A família diz que o remédio
dado por Ana Virginia ao filho é
um anticonvulsivo, que ele tomava normalmente, prescrito
por uma médica brasileira.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Barbara Gancia: Alvo de CPI deveria ser outro Índice
|