São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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Baiana acusada de matar filho em Portugal vai a julgamento

Ana Virginia, que estava no país havia um mês quando o garoto de seis anos morreu, diz que foi enganada pelo ex-advogado

VITORINO CORAGEM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA

A administradora de empresas baiana Ana Virginia Moraes Sardinha, 38, que responde em Portugal a um processo sob acusação de ter matado o próprio filho, de seis anos, afirmou no tribunal que confessou o crime por ter sido enganada.
Segundo a agência Lusa, a brasileira afirmou quarta-feira, primeiro dia do julgamento, ter caído numa cilada, pois o seu advogado à época teria assegurado que, se confessasse, tudo acabaria bem. O julgamento continua hoje, em Alenquer.
Junto com o filho, Leonardo Brittes Sardinha Santos, 6, Ana Virginia foi para Portugal em 1º de junho de 2007 para se encontrar com Nuno Guilherme de Almeida Sampaio, ex-jogador do clube português Benfica, que havia conhecido pela internet em 2005. Segundo o relato dela no tribunal, duas semanas depois, houve um desentendimento, e o ex-jogador lhe disse para regressar ao Brasil. Segundo a acusação, Ana não aceitou o rompimento.
A brasileira relatou, segundo a agência Lusa, que se preparava para fazer as malas, mas, como o filho resistiu à idéia de voltar, decidiu lhe dar um medicamento para que dormisse. A acusação diz que Ana Virginia o obrigou a tomar três frascos de um remédio para epilepsia, o que teria provocado uma intoxicação. A brasileira disse que não tinha a intenção de matar o filho e negou ter dado um frasco inteiro de comprimidos.
O garoto morreu no início de julho. Ana Virginia disse que tentou o suicídio logo depois.
Em agosto, sua família enviou um e-mail ao presidente Lula dizendo que ela tinha sido torturada pela polícia portuguesa para confessar o crime. Um funcionário do consulado brasileiro em Lisboa a visitou no hospital e constatou marcas de agressões e queimaduras.
A família diz que o remédio dado por Ana Virginia ao filho é um anticonvulsivo, que ele tomava normalmente, prescrito por uma médica brasileira.


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