AFONSO BENITES
DA AGÊNCIA FOLHA

O arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Eurico Veloso, quer destombar cinco capelas e seis igrejas do município, entre as quais construções do século 19.
Entre os motivos apontados pelo religioso para o cancelamento do tombamento histórico e cultural dos bens estão a falta de investimentos públicos na manutenção nos imóveis e a existência de entraves burocráticos para intervenções.
Os imóveis são tombados pelo patrimônio municipal.
O pedido envolve as capelas de S. Roque, da Sta. Casa, de Santana, a capela interna do Cenáculo S. João Evangelista e a Sta. Teresinha. Entre as igrejas, há a N. Sra. da Glória, a Catedral Metropolitana, a Matriz N. Sra. do Rosário, a Matriz N. Sra. Livramento, a N. Sra. do Rosário e o painel da Bom Pastor.
O pedido de destombamento foi encaminhado por d. Eurico em ofício ao prefeito Alberto Bejani (PTB).
"Não precisa de tombamento para preservar. Contudo, se decidir tombar, que passe à arquidiocese a verba carimbada para ajudar nas despesas de conservação", disse o arcebispo.
Segundo o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) local, dos 11 prédios citados, 4 precisam de reformas. O arcebispo acusou o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural, ligado à prefeitura, de desviar o dinheiro da revitalização.
Procurados, a prefeitura e a presidente do conselho, Marluce Ferreira, não se manifestaram.
Uma lei municipal de 2004 permite o destombamento em caso de erro no processo de tombamento ou interesse público na área.
Para Júlio Sampaio, membro do conselho e professor de arquitetura da Universidade Federal de Juiz de Fora, o pedido é descabido."Erro não teve e nenhuma das áreas interessa ao desenvolvimento social."
No próximo dia 18, os 13 membros do conselho, que tem caráter consultivo, analisarão o pedido.


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