São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Não compro nada acima de
R$ 5.000"

DA REPORTAGEM LOCAL

A arquiteta Debora Aguiar, uma das estrelas da Casa Cor, é mulher que só gosta do bom e do melhor. Grife italiana, então, é com ela mesma. Gucci e Valentino desde sempre foram suas paixões. Em tempos de crise, o gosto pelas marcas continua o mesmo, mas o comportamento dela e de outras tantas consumidoras do mercado de luxo mudou.
"Em vez de comprar várias blusinhas, compro agora um bom blaser ou uma boa bota. Minha mudança é que menos é mais", diz Debora, que, de bolsa Prada na mão, óculos Tom Ford no rosto e relógio Cartier no braço, afirma: "adoro pulseira vistosa". E completa: "Estou cada vez mais firme no princípio de comprar coisas mais duradouras do que quantidade."
É o que também diz Rosângela Lyra, dona da loja da Dior no Brasil e presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire. "A gente está sentindo e vejo que o comportamento da consumidora mudou. Ela busca menos quantidade em prol de durabilidade e qualidade."
À mulherada, a empresária Mirian Ofenhejm Gotfryd dá o conselho de não comprar nada acima de R$ 5.000 -"e que seja algo superespecial, desejado há muitos anos." O máximo que gastou recentemente, "para usar no mínimo cinco anos", custou R$ 3.000. "Que foi uma peça da Vera Wang. Não deu para não comprar."
Essas liquidações com descontos de até 80% da Oscar Freire, Daslu e shopping Iguatemi Mirian e Debora dizem ver com desconfiança. "Morro de medo de entrar em qualquer liquidação pois acho que vou ser enganada. As lojas vendem peças com defeito sem avisar os clientes. Só entro em lojas que conheço mesmo. E olha que adoro promoção. É só não comprar bobagem e o que realmente interessa", diz Mirian.
"Por aqui as promoções são minhocas, não abrangem tudo", afirma Debora.
Diante de um relógio de ouro e brilhantes de R$ 105 mil na vitrine da Cartier, elas dizem: "O problema é usar isso no Brasil".
"Elas estão fazendo compras mais conscientes e estão deixando de viajar para comprar fora do país", completa Eliana Tranchesi, dona da Daslu.
Desde os tempos de faculdade, a decoradora Cláudia Rosenblat só lavava o cabelo no salão de beleza, aonde ia às terças, quintas e sábados. Além do xampu, era a escova e a hidratação e o tingimento e o alisamento e as luzes e outras coisas mais. Por lá deixava R$ 200 a cada ida. Hoje, ela voltou a lavar e fazer o penteado em casa.
"Cabeleireiro agora só vou uma vez por semana. Passei a gastar a metade", diz. E se precisar de um penteado para uma festa de última hora? "Coloco uma peruca." (VQG)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Rolha: Venda de champanhe no mundo caiu 4,8%, em 2008, diz comitê
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.