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"Não compro
nada acima
de
R$ 5.000"
DA REPORTAGEM LOCAL
A arquiteta Debora
Aguiar, uma das estrelas
da Casa Cor, é mulher que
só gosta do bom e do melhor. Grife italiana, então,
é com ela mesma. Gucci e
Valentino desde sempre
foram suas paixões. Em
tempos de crise, o gosto
pelas marcas continua o
mesmo, mas o comportamento dela e de outras
tantas consumidoras do
mercado de luxo mudou.
"Em vez de comprar várias blusinhas, compro
agora um bom blaser ou
uma boa bota. Minha mudança é que menos é
mais", diz Debora, que, de
bolsa Prada na mão, óculos Tom Ford no rosto e
relógio Cartier no braço,
afirma: "adoro pulseira
vistosa". E completa: "Estou cada vez mais firme no
princípio de comprar coisas mais duradouras do
que quantidade."
É o que também diz Rosângela Lyra, dona da loja
da Dior no Brasil e presidente da Associação dos
Lojistas da Oscar Freire.
"A gente está sentindo e
vejo que o comportamento da consumidora mudou. Ela busca menos
quantidade em prol de durabilidade e qualidade."
À mulherada, a empresária Mirian Ofenhejm
Gotfryd dá o conselho de
não comprar nada acima
de R$ 5.000 -"e que seja
algo superespecial, desejado há muitos anos." O máximo que gastou recentemente, "para usar no mínimo cinco anos", custou
R$ 3.000. "Que foi uma
peça da Vera Wang. Não
deu para não comprar."
Essas liquidações com
descontos de até 80% da
Oscar Freire, Daslu e
shopping Iguatemi Mirian
e Debora dizem ver com
desconfiança. "Morro de
medo de entrar em qualquer liquidação pois acho
que vou ser enganada. As
lojas vendem peças com
defeito sem avisar os
clientes. Só entro em lojas
que conheço mesmo. E
olha que adoro promoção.
É só não comprar bobagem e o que realmente interessa", diz Mirian.
"Por aqui as promoções
são minhocas, não abrangem tudo", afirma Debora.
Diante de um relógio de
ouro e brilhantes de R$
105 mil na vitrine da Cartier, elas dizem: "O problema é usar isso no Brasil".
"Elas estão fazendo
compras mais conscientes
e estão deixando de viajar
para comprar fora do
país", completa Eliana
Tranchesi, dona da Daslu.
Desde os tempos de faculdade, a decoradora
Cláudia Rosenblat só lavava o cabelo no salão de beleza, aonde ia às terças,
quintas e sábados. Além
do xampu, era a escova e a
hidratação e o tingimento
e o alisamento e as luzes e
outras coisas mais. Por lá
deixava R$ 200 a cada ida.
Hoje, ela voltou a lavar e
fazer o penteado em casa.
"Cabeleireiro agora só
vou uma vez por semana.
Passei a gastar a metade",
diz. E se precisar de um
penteado para uma festa
de última hora? "Coloco
uma peruca."
(VQG)
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