São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2004

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URBANISMO

Estudo fotográfico aéreo feito pela prefeitura mostra aumento de população e de áreas ocupadas próximo às estações

Chegada do metrô transforma bairros de SP

DO "AGORA"

Um mapeamento fotográfico feito por quatro aeronaves, a pedido da Prefeitura de São Paulo, mostra que uma das maiores transformações nos bairros nos últimos 30 anos foram provocadas pela implantação do metrô -ocorrida a partir de 1974.
Entre essas mudanças estão um maior adensamento das áreas atendidas pelo serviço, aumento no nível do emprego e, em alguns casos, elevação na densidade populacional. O mapeamento digital começou a ser feito em novembro passado e pretende ser um "raio-X aéreo" da cidade.
Uma comparação: no levantamento de 1973, o Tatuapé era estritamente residencial, com o predomínio de casas térreas. A única grande avenida era a Melo Freire, conhecida como Radial Leste. Em 2003, além da estação (inaugurada em 1982), os terrenos e as casas deram lugar a prédios, condomínios fechados, shoppings e a outra avenida, a Salim Farah Maluf.
"A dinâmica do mercado estabelece que uma nova população ocupe o espaço", diz Andreína Nigriello, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e assistente do Departamento de Planejamento e Transporte do Metrô, que tem hoje 57,6 km de extensão e 52 estações. A previsão é que uma nova linha, a 4-amarela, seja entregue até 2010.
Pelo Plano Diretor do município, em locais próximos às linhas do Metrô é permitido construir até três vezes mais do que o normal. O impacto direto é o que os especialistas chamam de adensamento -um maior e melhor aproveitamento do local.
O Metrô tem um projeto para acompanhar a evolução do mercado imobiliário ao longo das linhas, sem data de implantação. Será possível, por exemplo, identificar como foram feitas a ocupação e a especulação imobiliária.
Moradores do bairro dizem que o Tatuapé mudou muito nas últimas décadas, mas que as mudanças ainda estão acontecendo.
O aposentado Daniel Frassi, conhecido como Mário, nasceu no bairro e nunca teve vontade de mudar. Ele não diz a idade, mas diz que, em 1939, ainda criança, roubava caqui nas chácaras que compunham a paisagem local.
Os moradores mais novos também aprovam o bairro. "Tem um ótimo comércio, transporte para todas as regiões e diversão", diz Rogério Gonçalves de Souza, 24.



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