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URBANISMO
Estudo fotográfico aéreo feito pela prefeitura mostra aumento de população e de áreas ocupadas próximo às estações
Chegada do metrô transforma bairros de SP
DO "AGORA"
Um mapeamento fotográfico
feito por quatro aeronaves, a pedido da Prefeitura de São Paulo,
mostra que uma das maiores
transformações nos bairros nos
últimos 30 anos foram provocadas pela implantação do metrô
-ocorrida a partir de 1974.
Entre essas mudanças estão um
maior adensamento das áreas
atendidas pelo serviço, aumento
no nível do emprego e, em alguns
casos, elevação na densidade populacional. O mapeamento digital começou a ser feito em novembro passado e pretende ser um
"raio-X aéreo" da cidade.
Uma comparação: no levantamento de 1973, o Tatuapé era estritamente residencial, com o predomínio de casas térreas. A única
grande avenida era a Melo Freire,
conhecida como Radial Leste. Em
2003, além da estação (inaugurada em 1982), os terrenos e as casas
deram lugar a prédios, condomínios fechados, shoppings e a outra
avenida, a Salim Farah Maluf.
"A dinâmica do mercado estabelece que uma nova população
ocupe o espaço", diz Andreína
Nigriello, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da USP e assistente do Departamento de Planejamento e Transporte do Metrô, que tem hoje 57,6
km de extensão e 52 estações. A
previsão é que uma nova linha, a
4-amarela, seja entregue até 2010.
Pelo Plano Diretor do município, em locais próximos às linhas
do Metrô é permitido construir
até três vezes mais do que o normal. O impacto direto é o que os
especialistas chamam de adensamento -um maior e melhor
aproveitamento do local.
O Metrô tem um projeto para
acompanhar a evolução do mercado imobiliário ao longo das linhas, sem data de implantação.
Será possível, por exemplo, identificar como foram feitas a ocupação e a especulação imobiliária.
Moradores do bairro dizem que
o Tatuapé mudou muito nas últimas décadas, mas que as mudanças ainda estão acontecendo.
O aposentado Daniel Frassi, conhecido como Mário, nasceu no
bairro e nunca teve vontade de
mudar. Ele não diz a idade, mas
diz que, em 1939, ainda criança,
roubava caqui nas chácaras que
compunham a paisagem local.
Os moradores mais novos também aprovam o bairro. "Tem um
ótimo comércio, transporte para
todas as regiões e diversão", diz
Rogério Gonçalves de Souza, 24.
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