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Congonhas volta a ter conexões e escalas
Medida fora anunciada pelo ministro Nelson Jobim em janeiro; liberação começa a valer a partir de amanhã
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DO RIO
O aeroporto de Congonhas
(zona sul da capital paulista)
volta amanhã a ser um centro
de distribuição de vôos, com a
liberação de conexões e escalas.
Congonhas atenderá ainda
vôos fretados e charters em horários específicos nos finais de
semana, mas manterá o limite
de 30 pousos e decolagens por
hora (aviação comercial). Até
julho de 2007, eram 44.
A proibição de conexões e escalas foi anunciada no ano passado como uma resposta às dificuldades operacionais do aeroporto, que ficaram visíveis
quando o acidente envolvendo
um Airbus da TAM matou 199
pessoas em julho passado.
Na época do anúncio da restrição, em 18 de agosto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou que "Congonhas não é e
não voltará a ser, em hipótese
alguma, ponto de distribuição".
O recuo do governo quanto à
restrição ocorreu em janeiro
passado. Jobim negou que a
volta das operações seria feita
para corrigir um erro. "Naquele
momento, a mudança se justificava, porque havia um caos e
uma falta de ligação entre os órgãos. Não é questão de que tenhamos errado, é que reassumimos o controle", afirmou.
Pressão por mais vôos
Oficiais da Aeronáutica afirmam que a volta das operações
no aeroporto ocorreu devido à
pressão das companhias aéreas
junto ao Ministério da Defesa
e à Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil).
O motivo, de acordo com
eles, seria uma maior lucratividade, já que Congonhas concentra a maior parte dos passageiros dessas companhias.
Na época do anúncio da liberação, as empresas negaram
ter pressionado o ministério a
rever sua política sobre aeroporto de Congonhas.
Para o presidente do Snea
(Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Marcio Mollo, o governo errou ao
retirar as escalas e conexões no
aeroporto da zona sul de SP.
Segundo ele, a medida trouxe
prejuízos para as empresas e
fez com que os passageiros passassem a fazer "conexões informais" em Congonhas.
De acordo com Mollo, a procura dos passageiros mostrou
que havia necessidade de usar
Congonhas como um centro de
distribuição de vôos. "A medida
se mostrou necessária pelos
próprios passageiros, que pegavam um vôo para Congonhas,
desembarcavam, faziam check-in novamente e pegavam outro
vôo para seguir viagem", disse.
O resultado, para ele, foi a sobrecarga em áreas como balcões de check-in de embarque.
A Anac disse que a retomada
das operações não causará problemas de segurança porque o
limite de 30 operações/hora.
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