São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Congonhas volta a ter conexões e escalas

Medida fora anunciada pelo ministro Nelson Jobim em janeiro; liberação começa a valer a partir de amanhã

DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DO RIO

O aeroporto de Congonhas (zona sul da capital paulista) volta amanhã a ser um centro de distribuição de vôos, com a liberação de conexões e escalas. Congonhas atenderá ainda vôos fretados e charters em horários específicos nos finais de semana, mas manterá o limite de 30 pousos e decolagens por hora (aviação comercial). Até julho de 2007, eram 44.
A proibição de conexões e escalas foi anunciada no ano passado como uma resposta às dificuldades operacionais do aeroporto, que ficaram visíveis quando o acidente envolvendo um Airbus da TAM matou 199 pessoas em julho passado.
Na época do anúncio da restrição, em 18 de agosto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou que "Congonhas não é e não voltará a ser, em hipótese alguma, ponto de distribuição".
O recuo do governo quanto à restrição ocorreu em janeiro passado. Jobim negou que a volta das operações seria feita para corrigir um erro. "Naquele momento, a mudança se justificava, porque havia um caos e uma falta de ligação entre os órgãos. Não é questão de que tenhamos errado, é que reassumimos o controle", afirmou.

Pressão por mais vôos
Oficiais da Aeronáutica afirmam que a volta das operações no aeroporto ocorreu devido à pressão das companhias aéreas junto ao Ministério da Defesa e à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O motivo, de acordo com eles, seria uma maior lucratividade, já que Congonhas concentra a maior parte dos passageiros dessas companhias.
Na época do anúncio da liberação, as empresas negaram ter pressionado o ministério a rever sua política sobre aeroporto de Congonhas.
Para o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Marcio Mollo, o governo errou ao retirar as escalas e conexões no aeroporto da zona sul de SP.
Segundo ele, a medida trouxe prejuízos para as empresas e fez com que os passageiros passassem a fazer "conexões informais" em Congonhas.
De acordo com Mollo, a procura dos passageiros mostrou que havia necessidade de usar Congonhas como um centro de distribuição de vôos. "A medida se mostrou necessária pelos próprios passageiros, que pegavam um vôo para Congonhas, desembarcavam, faziam check-in novamente e pegavam outro vôo para seguir viagem", disse. O resultado, para ele, foi a sobrecarga em áreas como balcões de check-in de embarque.
A Anac disse que a retomada das operações não causará problemas de segurança porque o limite de 30 operações/hora.


Texto Anterior: Combustível requer atenção de pilotos, diz comandante
Próximo Texto: Dois aviões fazem pouso emergencial em Campinas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.