São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Viúva de Glauco diz ignorar motivo do crime

Em entrevista ao "Fantástico", Beatriz Galvão afirmou que se ajoelhou e implorou para que o assassino não atirasse

Após receber telefonema anteontem à noite de Cadu, o principal suspeito do crime, ela teve de sair da casa onde vivia, em Osasco


DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

A viúva do cartunista, compositor e líder religioso Glauco Vilas Boas, Beatriz Galvão, disse ontem à noite, em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, não conhecer os motivos que levaram ao assassinato do marido e de seu filho, Raoni, na madrugada de sexta.
"Não tenho a menor ideia do motivo desse crime. É uma coisa que eu nunca poderia imaginar. O Glauco nunca teve inimigos", disse Bia, como é conhecida. De acordo com ela, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, chegou à sua casa por volta da 0h30, apontando o revólver para sua filha, Juliana. "[Ele tinha] uma expressão transtornada, com cara de drogado, totalmente fora de si."
Ela e o marido estavam vendo TV naquele momento. Quando o cartunista desceu, disse Bia, Nunes deu um soco na sua cara e o derrubou. Nesse momento, ela se ajoelhou e implorou para que o rapaz parasse. "[Ele] colocou o revólver na minha cabeça, me xingou e me jogou para o lado", disse.
Segundo Beatriz, para intimidar a família, o rapaz jogou no chão uma bala da pistola 765 que empunhava e fez o cartunista pegá-la. "Ele xingava o Glauco, parecia uma pessoa com ódio muito grande."
Ela afirmou ainda que Cadu não dizia ser Jesus Cristo. Ele apenas pedia para Glauco dizer que ele era "o poderoso". "Eu mesma afirmei que ele era Jesus. Mas o Glauco em nenhum momento afirmou", disse.

Telefonema
Anteontem à noite, a viúva recebeu uma ligação de Cadu. "Ele falou "Oi, Bia, é o Cadu". Aí eu comecei a gritar, fiquei desesperada. [Disse] como você tem coragem de ligar no meu telefone? E ele desligou", afirmou Beatriz ao "Fantástico".
Após o telefonema, ela teve de deixar a casa onde vivia com o cartunista, em Osasco. A polícia foi informada e reforçou a segurança tanto na chácara da família quanto na casa onde ela passou a ficar hospedada, na zona oeste de São Paulo.
A polícia rastreou a ligação, que teria sido feita de um telefone público da Grande São Paulo. O suspeito foi preso no final da noite de ontem em Foz do Iguaçu (PR) por agentes da Polícia Federal ao tentar atravessar a ponte da Amizade em direção ao Paraguai.
Cadu tinha o número do celular de Bia porque foi frequentador da igreja Céu de Maria, dirigida por Glauco, e chamava a mulher do cartunista de "madrinha". O pai de Cadu, Carlos Grechi Nunes, também chegou a frequentar a igreja acompanhando o filho.
Ontem, policiais à paisana ficaram escondidos próximos à chácara da família de Glauco em Osasco para o caso de o suspeito voltar ao local do crime.


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