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Para Secovi, imóvel ficará mais caro
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-presidente do Secovi,
Cláudio Bernardes, afirma que a
entidade resolveu se concentrar
na Secretaria Municipal do Planejamento (Sempla) e na Câmara
para expor seus argumentos contrários ao que considera um excesso de "freios" à verticalização.
"Acho que a Sempla como instância técnica deverá ter papel importante", considera Bernardes.
"Nas regionais, eles estão olhando
as árvores. Alguém vai ter de
olhar de cima para ver a floresta."
A floresta, no caso, é o mercado
imobiliário. Na avaliação de Bernardes, a resposta às restrições é o
aumento do preço do imóvel.
"Se os moradores do Alto da Lapa querem menos prédios, um
dia, o preço de uma unidade na
região ficará proibitivo para muitos dos que hoje moram lá e desejam comprar um apartamento
para o filho que se casou, por
exemplo", afirma Bernardes.
Segundo ele, a entidade evitou
participação mais ativa nos debates regionais para não provocar
"conflitos desnecessários" com os
movimentos de moradores. "Há
um preconceito de que nós, os
construtores, somos predatórios,
queremos o mal para a cidade, e
contra isso é difícil lutar."
O vice-presidente do Secovi diz
acreditar que as visões a respeito
do zoneamento não são tão díspares. "Nós também queremos
qualidade de vida. Até porque,
em uma cidade caótica, todos
perdem, inclusive nós", diz.
Na época do Plano Diretor, o
Secovi se posicionou contra o rebaixamento do CA (coeficiente de
aproveitamento dos terrenos) para 1 em toda a cidade. A entidade
também defendeu uma cobrança
mais branda da outorga onerosa,
taxa que incide sobre os metros
quadrados adicionais ao padrão
estabelecido para o bairro.
O argumento era o mesmo
-ambas as iniciativas encareceriam muito o preço final do imóvel. "Veja bem, todos nós precisaremos de habitação. Eu que tenho
filhos crescidos, todos. As diretrizes têm de levar em consideração
essa demanda, caso contrário estarão propondo soluções somente sob uma ótica", afirma.
Bernardes cita como exemplo a
ocupação dos mananciais de São
Paulo. A legislação que cuidava
do assunto, elaborada na década
de 70, acabou se tornando muito
restritiva, na opinião do vice-presidente do Secovi. "A lei acabou
levando em consideração só a
questão ambiental e o resultado
foi uma ocupação caótica", diz.
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