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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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Para Secovi, imóvel ficará mais caro

DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente do Secovi, Cláudio Bernardes, afirma que a entidade resolveu se concentrar na Secretaria Municipal do Planejamento (Sempla) e na Câmara para expor seus argumentos contrários ao que considera um excesso de "freios" à verticalização.
"Acho que a Sempla como instância técnica deverá ter papel importante", considera Bernardes. "Nas regionais, eles estão olhando as árvores. Alguém vai ter de olhar de cima para ver a floresta."
A floresta, no caso, é o mercado imobiliário. Na avaliação de Bernardes, a resposta às restrições é o aumento do preço do imóvel.
"Se os moradores do Alto da Lapa querem menos prédios, um dia, o preço de uma unidade na região ficará proibitivo para muitos dos que hoje moram lá e desejam comprar um apartamento para o filho que se casou, por exemplo", afirma Bernardes.
Segundo ele, a entidade evitou participação mais ativa nos debates regionais para não provocar "conflitos desnecessários" com os movimentos de moradores. "Há um preconceito de que nós, os construtores, somos predatórios, queremos o mal para a cidade, e contra isso é difícil lutar."
O vice-presidente do Secovi diz acreditar que as visões a respeito do zoneamento não são tão díspares. "Nós também queremos qualidade de vida. Até porque, em uma cidade caótica, todos perdem, inclusive nós", diz.
Na época do Plano Diretor, o Secovi se posicionou contra o rebaixamento do CA (coeficiente de aproveitamento dos terrenos) para 1 em toda a cidade. A entidade também defendeu uma cobrança mais branda da outorga onerosa, taxa que incide sobre os metros quadrados adicionais ao padrão estabelecido para o bairro.
O argumento era o mesmo -ambas as iniciativas encareceriam muito o preço final do imóvel. "Veja bem, todos nós precisaremos de habitação. Eu que tenho filhos crescidos, todos. As diretrizes têm de levar em consideração essa demanda, caso contrário estarão propondo soluções somente sob uma ótica", afirma.
Bernardes cita como exemplo a ocupação dos mananciais de São Paulo. A legislação que cuidava do assunto, elaborada na década de 70, acabou se tornando muito restritiva, na opinião do vice-presidente do Secovi. "A lei acabou levando em consideração só a questão ambiental e o resultado foi uma ocupação caótica", diz.



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