São Paulo, sábado, 15 de abril de 2006

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VIOLÊNCIA POLICIAL

Suspeita-se que eles tenham atirado em inocente

Presos PMs suspeitos de matar faxineiro

DA REPORTAGEM LOCAL

O cabo Marcelo Batista de Moraes e o soldado Robson Constantino de Araújo, ambos do 39º Batalhão da Polícia Militar, foram presos administrativamente, por cinco dias, na noite de ontem, depois de prestarem um novo depoimento à corregedoria da corporação sobre a morte do auxiliar de limpeza do Hospital Samaritano Rogério dos Santos Dias, 33.
O faxineiro foi morto na última quarta-feira, em Itaquera (zona leste), durante uma ação envolvendo os dois PMs. Ontem, ambos afirmaram não ter condições de confirmar se Dias estava ou não entre os homens que teriam trocado tiros com eles.
Num primeiro momento, logo após a morte de Dias, os PMs disseram que ele estava armado, tinha atirado contra eles e também fazia parte de um grupo de homens que se recusou a obedecer uma ordem de parada.
Ainda na primeira versão dos suspeitos, Dias estava em um Escort, ao lado de outros homens, e, quando o grupo percebeu que seria abordado pelos PMs, começou um tiroteio que vitimou o faxineiro. Ao lado do corpo dele, os PMs que o balearam disseram ter encontrado uma pistola calibre 765.
Ao serem interrogados ontem, parentes de Dias mantiveram a versão sobre o crime apresentada na madrugada em que o faxineiro foi morto e disseram que os PMs já chegaram à rua Mairiporã atirando, mesmo depois de os três ocupantes do Escort terem fugido pulando o muro de uma propriedade da mesma rua.
Outras três testemunhas da ação do PMs foram localizadas ontem à tarde pela corregedoria e também afirmaram que Dias não estava armado nem acompanhava o grupo de homens no Escort. Todos os interrogados, parentes da vítima e testemunhas da rua, disseram que ele, de fato, se dirigia a um telefone público para atender a uma ligação quando foi atingido. (ANDRÉ CARAMANTE)


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