São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça determina que empresas façam a coleta do lixo em SP

Ordem é para que elas cumpram o contrato e evitem que haja acúmulo de detritos nas ruas durante a greve dos lixeiros

Categoria, que realiza paralisação por tempo indeterminado, reivindica melhores salários, café da manhã e protetor solar

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça de São Paulo determinou ontem, por meio de liminar, que as empresas de coleta de lixo da capital -Loga e Ecourbis- cumpram o contrato e a manutenção do serviço e adotem medidas imediatas para evitar que o lixo se acumule nas ruas da capital.
Os lixeiros de São Paulo entraram anteontem em greve por tempo indeterminado reivindicando reajuste salarial, café da manhã e protetor solar.
Na decisão, o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, estipula multa diária de R$ 100 mil caso as empresas não cumpram a determinação. A liminar é uma resposta a uma ação movida pela Prefeitura de São Paulo contra as empresas de coleta de lixo.
Ontem, no segundo dia da greve dos lixeiros de São Paulo, havia detritos espalhados pelas ruas e transbordando das lixeiras em diversas áreas, como na baixada do Glicério e na rua São Paulo (região central).
A prefeitura montou um esquema de emergência envolvendo 100% do pessoal de varrição. Segundo o sindicato da categoria, 70% dos trabalhadores da coleta estão trabalhando "sob protesto", apenas para obedecer a determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
"Eles estão colocando adesivos nos caminhões informando sobre as razões do movimento. Também não farão horas extras. Só vão trabalhar as oito horas contratuais", diz Moacyr Pereira, presidente do Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana).
Segundo o secretário de Serviços da prefeitura, Dimas Ramalho, há 50% dos serviços de coleta funcionando e 100% de varrição. "Montamos um plano de emergência e o pessoal da varrição está coletando também o lixo não-recolhido."
No início da manhã de ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) afirmou ter informações de que a decisão da Justiça estava sendo cumprida.
"Uma greve neste setor é sempre complicada, mas estamos preparados para qualquer emergência maior."
Segundo a assessoria de imprensa da Ecourbis, que faz a coleta domiciliar nas zonas sul e leste da cidade, a empresa acatou a determinação e colocou 70% das equipes na rua durante a tarde.
Representantes da Loga e do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana) não foram encontrados ontem.
Por dia, a capital produz cerca de 13 mil toneladas de detritos, sendo 9 mil toneladas de lixo recolhidas por 370 caminhões. O restante é entulho e material para reciclagem.


Colaborou DANIELA TÓFOLI


Texto Anterior: Chacina: Quatro pessoas são mortas no interior de SP
Próximo Texto: Saúde: Intoxicação atinge alunos em Osasco
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.