|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça determina que empresas façam a coleta do lixo em SP
Ordem é para que elas cumpram o contrato e evitem que haja acúmulo de detritos nas ruas durante a greve dos lixeiros
Categoria, que realiza paralisação por tempo indeterminado, reivindica melhores salários, café da manhã e protetor solar
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo determinou ontem, por meio de liminar, que as empresas de coleta de lixo da capital -Loga e
Ecourbis- cumpram o contrato e a manutenção do serviço e
adotem medidas imediatas para evitar que o lixo se acumule
nas ruas da capital.
Os lixeiros de São Paulo entraram anteontem em greve
por tempo indeterminado reivindicando reajuste salarial,
café da manhã e protetor solar.
Na decisão, o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, estipula multa
diária de R$ 100 mil caso as empresas não cumpram a determinação. A liminar é uma resposta a uma ação movida pela Prefeitura de São Paulo contra
as empresas de coleta de lixo.
Ontem, no segundo dia da
greve dos lixeiros de São Paulo,
havia detritos espalhados pelas
ruas e transbordando das lixeiras em diversas áreas, como na
baixada do Glicério e na rua São
Paulo (região central).
A prefeitura montou um esquema de emergência envolvendo 100% do pessoal de varrição. Segundo o sindicato da categoria, 70% dos trabalhadores da coleta estão trabalhando
"sob protesto", apenas para
obedecer a determinação do
TRT (Tribunal Regional do
Trabalho).
"Eles estão colocando adesivos nos caminhões informando
sobre as razões do movimento.
Também não farão horas extras. Só vão trabalhar as oito
horas contratuais", diz Moacyr
Pereira, presidente do Siemaco
(Sindicato dos Trabalhadores
em Empresas de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana).
Segundo o secretário de Serviços da prefeitura, Dimas Ramalho, há 50% dos serviços de
coleta funcionando e 100% de
varrição. "Montamos um plano
de emergência e o pessoal da
varrição está coletando também o lixo não-recolhido."
No início da manhã de ontem, o prefeito Gilberto Kassab
(DEM, ex-PFL) afirmou ter informações de que a decisão da
Justiça estava sendo cumprida.
"Uma greve neste setor é sempre complicada, mas estamos
preparados para qualquer
emergência maior."
Segundo a assessoria de imprensa da Ecourbis, que faz a
coleta domiciliar nas zonas sul
e leste da cidade, a empresa
acatou a determinação e colocou 70% das equipes na rua durante a tarde.
Representantes da Loga e do
Selur (Sindicato das Empresas
de Limpeza Urbana) não foram
encontrados ontem.
Por dia, a capital produz cerca de 13 mil toneladas de detritos, sendo 9 mil toneladas de lixo recolhidas por 370 caminhões. O restante é entulho e
material para reciclagem.
Colaborou DANIELA TÓFOLI
Texto Anterior: Chacina: Quatro pessoas são mortas no interior de SP Próximo Texto: Saúde: Intoxicação atinge alunos em Osasco Índice
|