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Fumo está liberado em quarto de hotel
Suítes de motel também estão fora da restrição, segundo entendimento da Secretaria da Saúde; lei veta fumo em áreas de uso comum
Artigo 2º da legislação antitabagista cita hotéis e pousadas entre os locais
de proibição, mas não se refere ao fumo nos quartos
DA REPORTAGEM LOCAL
Dúvida de muitos fumantes,
a nova lei antitabagista aprovada na semana passada pela Assembleia exclui, no entendimento da Secretaria de Estado
da Saúde, quartos de hotéis e de
motéis da proibição -a lei veta
o uso do cigarro em áreas comuns e de uso coletivo.
Com isso, os proprietários
desses estabelecimentos estarão livres da fiscalização, segundo a secretaria, que considera os quartos de hotéis e de
motéis um espaço individual,
comparáveis a condomínios residenciais -nas áreas de uso
comum, como o salão de festas,
o fumo é proibido; nos apartamentos, o cigarro é liberado.
Apesar de o artigo 2º citar
"hotéis e pousadas" entre os locais de proibição, a lei não se refere aos quartos. A regulamentação, sem previsão de ocorrer,
deve tratar desses detalhes.
Segundo a médica Irma de
Godoy, coordenadora da comissão de tabagismo da SBPT
(a sociedade brasileira de pneumologia), o cheiro que fica no
ambiente não faz mal à saúde.
"O cheiro que fica impregnado num quarto não tem partículas em suspensão no ar, então não é prejudicial", diz.
Do ponto de vista legal, o advogado Mário Albanese, presidente da Adesf (Associação em
Defesa da Saúde do Fumante),
diz que os quartos de hotéis e
de motéis equivalem à residência, onde o fumo está liberado.
"Num quarto de hotel, seguindo esse princípio, quem
manda é o hóspede. O cigarro
pode ocasionar incêndio, mas
isso é outra coisa."
Foi o que fez a rede de hotéis
Ibis, a primeira a banir os andares de fumantes. Um aviso de
que o ambiente é "100% livre
de fumo" foi pendurado nos
corredores. A patrulha é feita
por um detector de fumaça nos
quartos. Quando alguém acende um cigarro, a recepção e a segurança são avisadas.
A Apam (a associação dos
motéis) diz ver com "preocupação" a nova lei e que o Estado
não tem competência para fiscalizar as suítes. "Imagina alguém bater na porta de uma
suíte: o casal pode estar fazendo algo que não é bom interromper. Fumar depois do sexo
é rotina", diz José Albino Alves
Carreira, presidente da Apam.
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