São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia apreende 15 toneladas de queijo adulterado em SP

Produtos vencidos eram reembalados com marca diferente e selo de inspeção falso

Alimento era impróprio para o consumo, segundo a Vigilância Sanitária; um dos clientes da empresa é a rede de supermercados Carrefour

JULIANNA GRANJEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Civil apreendeu ontem 15 toneladas de queijo com prazo de validade vencido e adulterado na filial de uma indústria de alimentos na Vila Maria, na zona norte de São Paulo. Os produtos eram comercializados para vários estabelecimentos, incluindo a rede de supermercados Carrefour.
Além do queijo, foram apreendidos goiabada, champignon, picles em conserva e peças de lombo defumado. De acordo com a polícia, laudo elaborado pela Vigilância Sanitária atestou que os produtos são impróprios para consumo.
Segundo o delegado Anderson Pires Giampaoli, da 2ª Delegacia de Saúde Pública do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal) nos rótulos eram falsos. Os produtos foram avaliados em R$ 500 mil.
De acordo com ele, a empresa, a Clap, é uma indústria de pão de queijo de Minas Gerais. Na sua filial em São Paulo, queijos de qualidade inferior, vencidos ou não, eram lavados e embalados novamente com rótulos da San Remo, que é uma indústria produtora de queijo. "Esses queijos adulterados eram vendidos, com nota da Clap, para grandes redes de supermercados", afirmou.
Apenas o gerente comercial da Clap, única pessoa que estava na empresa no momento da apreensão, foi preso. A polícia investiga se a San Remo é vítima ou cúmplice do esquema, já que um funcionário seu trabalha dentro da filial da Clap.
A polícia investiga a existência de um sócio comum às duas empresas. O advogado do gerente não quis comentar a prisão. Os representantes das empresas Clap e San Remo não foram localizados pela Folha.
Em nota, o Carrefour afirmou que "tem um rígido controle de qualidade dos produtos oferecidos em suas gôndolas, mantendo auditoria regular de seus fornecedores". Disse, ainda, que "caso sejam comprovados os problemas nos produtos da Clap, rescindirá o contrato imediatamente por quebra de confiança e qualidade acordada entre as partes".


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Crime: Interpol prende nos EUA casal de brasileiros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.