São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Atirador comprou revólver de segurança

Preso ontem, Manuel Freitas Louvise vendeu a Wellington, em setembro de 2010, o revólver 38 usado no massacre

Os dois trabalharam juntos; segurança também vendeu a atirador a munição e os "speedloaders"

DIANA BRITO
DO RIO

Preso ontem em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), o segurança Manuel Freitas Louvise, 57, disse aos policiais que vendeu o revólver calibre 38 a Wellington Menezes de Oliveira em setembro.
Louvise é segurança na empresa onde Wellington trabalhou. A arma foi usada pelo atirador no ataque à escola Tasso da Silveira, em que 12 crianças morreram.
O segurança disse à polícia que vendeu a arma porque estava sem dinheiro e que foi "aliciado" durante dois meses por Wellington.
Além da arma, ele vendeu também a munição e os seis "speedloaders" -usados para recarregar a arma com rapidez. Tudo por R$ 1.200.
Segundo Louvise, o revólver lhe pertencia desde 1978.
Louvise disse, em entrevista, que Wellington contara que estava de mudança para Sepetiba, zona oeste do Rio, e que precisava de uma arma.
Segundo o titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, apesar de a maior parte dos tiros que mataram as crianças ter partido do revólver, não houve participação direta do segurança no caso.
Manuel Louvise irá responder por suspeita de comércio ilegal de arma de fogo e acessórios. Se condenado, poderá cumprir de 4 a 16 anos de prisão em regime fechado.
Um rapaz de 23 anos que estudou com Wellington, conhecido apenas pelo sobrenome -Abdul-, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios nesta semana.
Em manuscritos encontrados na casa de Wellington há menção a dois amigos -"Abdul e Phillip". O rapaz confirmou que mantinha amizade com Wellington quando estudavam juntos na escola em Realengo, de 1999 a 2002.
Funcionários da escola disseram desconhecer que no período houvesse um aluno conhecido como Abdul.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática está analisando informações enviadas pela Microsoft a respeito de contas de e-mail e programas de mensagens usados pelo atirador. A polícia informou que requisitou à TV Globo o vídeo exibido na terça no "Jornal Nacional". A emissora foi questionada sobre como obteve o material.


Texto Anterior: Crime: Bandidos em fuga matam PM com tiro de fuzil na zona sul
Próximo Texto: Sobreviventes devem ser ouvidos, afirma psiquiatra
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.