RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Um motociclista morreu após atropelar um garoto de dois anos, em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte) na tarde de anteontem. Segundo a Polícia Militar, o tio do garoto perseguiu o rapaz em uma camionete após o atropelamento e o derrubou, provocando a sua morte.
Levada a um hospital por parentes, a criança sofreu um corte na testa e escoriações no tórax. Os médicos também suspeitam de um traumatismo craniano leve.
Após ser atendido, o menino foi transferido para um hospital de Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), onde permanecia internado até a noite de ontem, sem risco de morte.
De acordo com o delegado titular de Esmeraldas, José Plínio Cardoso, o tio da criança, Sérgio Vagner Maia, 34, disse, em depoimento, que ficou chateado pelo fato de o motociclista -o lavrador Lindomares Raimundo dos Santos, 43- ter fugido após o atropelamento, que ocorreu no centro da cidade.

Perseguição
A Polícia Militar acredita que Santos fugiu porque ficou com medo de ser linchado pelas pessoas que presenciaram o acidente.
"Ele [o tio da criança] disse que correu atrás do motoqueiro para anotar a placa ou para tirar satisfações", afirmou o delegado.
O comerciante perseguiu Santos com uma picape Strada até o bairro São José. O lavrador ainda parou a moto para que outro homem que estava de carona com ele no momento do acidente desembarcasse.
A parte dianteira da camionete colidiu com a parte traseira da moto. Santos bateu a cabeça contra o pára-brisa da camionete antes de cair no chão. Ele morreu a caminho do hospital.
O comerciante foi conduzido para a 10ª Delegacia Seccional, em Ribeirão das Neves (região metropolitana de BH), e liberado após prestar depoimento.
Cardoso disse que o tio do menino será, inicialmente, autuado por homicídio culposo (sem intenção). Segundo ele, porém, somente após as investigações será possível determinar se houve ou não intenção de atropelar o motociclista.
"Só o fato de ter promovido uma perseguição em ruas com condições tão ruins já demonstra uma grande imprudência", disse o delegado. A reportagem não conseguiu localizar o comerciante até o fechamento desta edição.


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