DA REDAÇÃO
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Eram inconfundíveis o timbre, o peso e a escala do som que saíam da guitarra de Wander Taffo. Os amigos músicos costumavam dizer: guitarrista brilhante, para qualificá-lo, era pleonasmo. Qualquer que fosse a banda, era ouvir e pronto -já se sabia que era ele na guitarra.
O início profissional foi em 1973, na banda Memphis, que tocava covers nos bailes do Paulistano, Pinheiros e Círculo Militar, em São Paulo. A influência eram os Beatles, a Jovem Guarda e "todas as bandas dos anos 70", disse, numa entrevista em 2002.
Depois de tocar, entre outros, com Secos e Molhados e Rita Lee, foi parar no Rádio Táxi. Eram os anos 80 -e o grupo estourou nas rádios com o hit "Eva".
Em 1986, era hora de deixar o grupo e seguir carreira solo. Três anos mais tarde, levou, com "Wander Taffo", primeiro álbum, o Prêmio Sharp na categoria "Revelação Pop Rock Masculino".
Taffo fez mais pela música do que tocar. Montou, em 1996, o IG&T (Instituto de Guitarra e Tecnologia), mais tarde rebatizado para EM&T (Escola de Música e Tecnologia), uma das mais importantes da América do Sul. Hoje, seus solos são objeto de análise teórica e prática.
Ele sempre foi modesto, contam os conhecidos. Do jeitão de roqueiro, só conservava mesmo o cabelo e os inseparáveis óculos escuros. Sem alarde, distribuía agasalhos e comida a moradores de rua.
Sem ter histórico de problemas de saúde, morreu ontem de manhã, em casa, de infarto. A morte, aos 53 anos, interrompeu a retomada da banda Taffo, criada em 1991 e cuja volta ocorreria no mês que vem. Deixou a mulher e dois filhos. Será enterrado hoje, no cemitério do Araçá.