São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2000


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MAIS EMPREGO, MENOS POLÍCIA
Segundo Datafolha, 54% acham que policiais do Rio agiram mal ao matar sequestrador
Paulistano quer ação social contra violência

DA REDAÇÃO

O paulistano considera que para combater o aumento da criminalidade no país a política do governo deve ser investir mais na resolução de problemas sociais do que gastar dinheiro do contribuinte para aumentar o efetivo das polícias e para equipá-las.
Segundo pesquisa Datafolha, dois terços dos 640 entrevistados em São Paulo acham que a prioridade da administração pública deve ser o combate ao desemprego e melhorias na educação.
Essa opinião é mais acentuada nos segmentos com mais escolaridade e com maior renda familiar.
O levantamento foi realizado ontem, 48 horas após o país ter assistido às cenas dramáticas do sequestro de um ônibus no Rio, que durou mais de quatro horas e terminou com a morte de uma refém e do sequestrador, após ação desastrada da polícia, na opinião de diversos especialistas.
Sobre esse acontecimento, diga-se de passagem, 54% dos paulistanos acham que os policiais fluminenses agiram mal ao matar o criminoso, segundo laudo do IML do Rio, após tê-lo rendido e colocado no camburão.
Para a maioria dos entrevistados (56%), o governo Fernando Henrique Cardoso não está empenhado na busca de soluções para reduzir as taxas de violência, apesar de vir anunciando o desejo de colocar em prática um plano de segurança nacional.
A avaliação desfavorável ao governo tucano é maior entre os mais escolarizados e entre os que têm maior poder de compra.
Pouco mais de um terço dos entrevistados identificam nas ações e no discurso de FHC e de sua equipe um pouco de empenho ou muito empenho para resolver o problema da criminalidade.
Aliás, o presidente da República divide com o governador do Estado a responsabilidade pela segurança, de acordo com os moradores de São Paulo.
A pesquisa traz um resultado que pode ter implicação no mote das campanhas eleitorais para prefeito. Apenas 15% consideram que o administrador municipal deve controlar ações relacionadas com o policiamento da cidade.
A tese da convocação do Exército para combater criminosos -defendida com insistência pelo presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)- tem o apoio de dois terços dos paulistanos, em especial entre os que concluíram apenas o 1º grau e entre os que ganham até dez salários mínimos.


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