São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA

Justiça decretou ilegalidade; tropas do Exército chamadas devido à paralisação de policiais civis continuam no Estado

PMs do Piauí adiam greve após liminar

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma manifestação de cerca de 500 policiais militares em Teresina deflagrou ontem a greve da categoria no Piauí. No final da tarde, após a Justiça decretar a ilegalidade do movimento, os PMs resolveram adiar a paralisação.
Na manhã de ontem, após a Procuradoria Geral do Estado ser informada que a Polícia Militar havia decretado a greve, uma liminar foi expedida pela 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública decretando a ilegalidade.
De acordo com a Justiça, caso os militares desrespeitassem a decisão judicial, a Associação dos Cabos e Policiais Militares seria multada em R$ 5.000 por dia e os grevistas poderiam ser presos.
O presidente da associação, Jarbas Alves Cavalcanti, disse que entrará com recurso contra a decisão do juiz Sebastião Ribeiro Martins. "Não temos intenção de cancelar a greve, mas vamos obedecer a decisão da Justiça."
Cavalcanti disse que na sexta-feira será realizada uma nova assembléia entre os policiais militares em Teresina.
A categoria exige o pagamento de um abono salarial de R$ 130, que, conforme o presidente da associação, já havia sido confirmado pelo governo do Estado no final do ano passado. Além do aumento, os policiais reivindicam a implantação de vale-refeição e redução da jornada de trabalho.
Tropas do Exército que haviam sido enviadas ao Piauí no sábado, após pedido do governador Wellington Dias (PT) ao governo federal, continuavam no Estado até o fechamento desta edição.

Civil continua parada
A decisão do comando grevista da PM em cancelar o início da paralisação não alterou a greve na Polícia Civil, que começou na segunda-feira da semana passada.
O presidente do sindicato dos Policiais Civis, Constantino Júnior, afirmou que o governo analisa a possibilidade de pagar a segunda parcela do 13º salário dos servidores, atrasada desde o final do ano passado. O governo ainda não apresentou uma proposta.
Além desse pagamento, o comando de greve reivindica abono salarial em torno de 40%. A greve da Polícia Civil também já foi decretada ilegal pela Justiça.
A greve dos agentes e escrivães de Alagoas entra hoje em seu oitavo dia. O diretor-geral da Polícia Civil, Roberto Lisboa, disse que a paralisação atinge, no máximo, 40% dos policiais e que nenhuma da atividade está suspensa.


Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha

Texto Anterior: Minas: Justiça autoriza pais biológicos a registrar bebê gerado por sua avó paterna
Próximo Texto: Violência: Policiais são acusados de seqüestrar e matar três jovens no Rio de Janeiro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.