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PROSTITUIÇÃO INFANTIL
A deputados estaduais, adolescente que havia acusado Omar Aziz diz que programa não foi com ele
Menina isenta vice do AM de abuso sexual
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA
A adolescente que havia acusado, em depoimento na Delegacia
do Menor, em janeiro de 2003, o
vice-governador Omar Aziz
(PFL-AM) de ter feito um programa sexual negou, na quarta-feira
passada, durante depoimento a
uma CPI da Assembléia Legislativa do Amazonas, o envolvimento
dele no caso.
A CPI do Amazonas foi aberta
no dia 3, a pedido de Aziz, para investigar sua suposta participação
na exploração sexual de crianças e
adolescentes. No depoimento, a
menina disse que o homem que
pagou pelo programa era mais
baixo do que Aziz e não o reconheceu nas fotografias apresentadas pelos deputados. "Ele tinha
1,65 m, era forte e narigudo, mas
diferente desse [da foto]", disse.
O suposto envolvimento de
Aziz no caso veio à tona quando
ele foi acusado pela delegada Graça Silva, da Delegacia do Menor,
de pressioná-la a não apresentar à
CPI da Exploração Sexual do
Congresso o inquérito no qual era
citado pela adolescente. A CPI levou o caso ao Ministério Público
Federal e denunciou o vice-governador por obstrução dos trabalhamos da comissão, que esteve
em Manaus no dia 26 de maio.
No inquérito, a menina relatou,
em depoimento prestado em 19
de janeiro de 2003, em companhia
da mãe, que com 15 anos foi disputada por duas aliciadoras, chegando a ficar em cárcere privado,
para fazer programas com políticos e empresários.
No suposto programa realizado
com Aziz, teria recebido R$ 150.
As aliciadores foram indiciadas
por favorecimento à prostituição.
Uma delas será ouvida hoje na
CPI do Amazonas.
Ontem, em entrevista por telefone, a mãe da adolescente disse
que foi uma das aliciadores que
colocou o nome de Aziz no caso.
"A aliciadora levou [a garota] como se fosse para o vice, só que ela
viu que era uma pessoa totalmente diferente. Agora só falamos em
juízo", disse a mãe da menina,
que prestou depoimento à CPI do
Congresso, ocasião em disse que
havia enviado a filha para o Rio
Grande do Sul para protegê-la.
No dia 31 de maio, a CPI do
Congresso ouviu, em sigilo, a adolescente no Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul. O depoimento é mantido em sigilo.
"Temos muito respeito por essa
mãe e por essa menina, não é porque elas mudaram nesse momento o depoimento que diminui a
nossa consideração por elas. Não
temos o alcance sobre que poder
de pressão agiu sobre elas", disse a
relatora da CPI, deputado Maria
do Rosário (PT-RS).
A delegada Graça Silva disse que
prefere acreditar no primeiro depoimento da garota. "Ela estava
na presença da mãe e, naquele
momento, não tinha pressão."
Até o fechamento desta edição,
a assessoria de Omar Aziz não havia se pronunciado sobre o caso.
Em entrevistas anteriores, o vice-governador negou envolvimento
com prostituição infantil.
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