|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-diretor da Dersa é preso ao negociar joia na Gucci
Bracelete de R$ 20 mil que ele tentou avaliar havia sido furtado da própria loja
Engenheiro Paulo Vieira de Souza, responsável pelo Rodoanel, foi
preso no shopping Iguatemi no sábado
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Paulo Vieira de Souza, 61,
ex-diretor de engenharia da
Dersa (empresa de transportes do Estado de São Paulo),
foi preso em flagrante no sábado, na loja de artigos de luxo Gucci, do shopping Iguatemi (zona oeste de São Paulo). Ontem à noite, a Justiça
mandou libertá-lo.
Ele é acusado de receptação de material ilícito -no
caso, um bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20
mil, que havia sido furtado
da própria Gucci.
Souza e o joalheiro Musab
Asmi Fatayer, 28, foram à loja para pedir que os funcionários avaliassem o bracelete. Pretendiam negociar a
joia entre si.
Assim que Souza e Fatayer
chegaram, por volta das
15h30 do sábado, foram atendidos pelo gerente da loja,
Igor Augusto Pereira, 30, e
pediram para que o bracelete
fosse avaliado.
DELEGACIA
Desconfiado da origem da
joia, Pereira pediu para que
Souza e Fatayer esperassem
um momento. Foi então consultar o livro de registros dos
bens da loja.
Ao cruzar as informações
sobre o bracelete negociado
por Souza e Fatayer, o gerente da Gucci descobriu que
aquela mesma joia havia
sido furtada da loja no dia 7
de maio passado.
Foi aí que a Polícia Militar
foi chamada até o shopping
Iguatemi.
Diante do que o gerente da
Gucci contou aos policiais
militares, Souza e Fatayer foram levados para o 15º Distrito Policial (Itaim Bibi).
Em seu depoimento à Polícia Civil, o gerente da Gucci
informou que foi Souza
quem entregou o bracelete
para que ele o avaliasse.
NEGOCIAÇÃO
O ex-diretor da Dersa, que
foi exonerado do cargo no
dia 10 de abril, disse à polícia
que havia recebido a joia
de Fatayer. Afirmou ainda
que estava disposto a pagar
R$ 20 mil por ela.
Interrogado, Fatayer afirmou ter comprado o bracelete por R$ 18 mil de "um desconhecido" que foi ao seu escritório, em Jundiaí (58 km
de São Paulo).
RECEPTAÇÃO DOLOSA
Ao fim das conversas, a delegada-chefe do 15º DP, Nilze
Baptista Scapulatiello, decidiu que tanto Souza como Fatayer deveriam ser presos por
receptação dolosa, crime cuja pena prevista vai de um a
quatro anos de prisão -caso
haja condenação.
A delegada confirmou na
noite de ontem à Folha a prisão do ex-diretor da Dersa e
de Fatayer, mas disse que
não podia falar nada sobre o
caso "por questões de sigilo".
A polícia apreendeu R$
11.242 em dinheiro com Souza e R$ 1.614, com Fatayer.
Na Dersa, Souza foi responsável por grandes obras
viárias, como o trecho sul do
Rodoanel. No ano passado,
recebeu o título de eminente
engenheiro do Instituto de
Engenharia.
Texto Anterior: Folha.com Próximo Texto: Frases Índice
|