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ADMINISTRAÇÃO
Para prefeita, setor de transportes quer manter "mamata'; Transurb afirma que donos de ônibus só querem trabalhar
Empresário é "criança chorona", diz Marta
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Crianças choronas" que não
querem perder a "mamata". A
prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), definiu assim os empresários de transporte público
da cidade em mais round do conflito deflagrado com o setor.
Marta transformou sua participação nos debates do orçamento
participativo em São Miguel Paulista (zona leste), anteontem, em
um ato em defesa do secretário
dos Transportes, Carlos Zarattini.
"Se eles [empresários de ônibus" se aproveitassem das novas
tecnologias, de empréstimos do
Bndes, eles poderiam refazer as
suas frotas, ganhar dinheiro com
as novas rotas em vez de se portarem como crianças choronas",
disse a prefeita.
Segundo ela, os empresários estão unidos com o sindicato dos
trabalhadores para impedir a realização da licitação que permitirá
que empresas de fora da cidade
operem em São Paulo. "Eles querem que seja mantida a mesma
mamata do governo anterior. Vai
ter enfrentamento quantas vezes
for necessário", disse a prefeita.
A queda de braço entre a prefeitura e o setor provocou dois confrontos nos últimos dias. No dia 5,
motoristas e cobradores participaram de um quebra-quebra no
auditório Elis Regina, no Palácio
das Convenções do Anhembi, na
audiência pública sobre a nova licitação. Na sexta-feira, a sede da
SPTrans (empresa que administra o transporte) foi apedrejada.
Zarattini passou a ser o principal alvo das críticas de empresários, do sindicato dos motoristas,
de vereadores de oposição e da
própria base aliada de Marta na
Câmara Municipal. Muitos pregam a substituição do secretário.
Apesar da reunião do orçamento participativo tratar somente
das áreas de habitação, saúde e
educação, Zarattini fez questão de
usar o microfone para defender a
nova licitação no setor. "É a meta
de mexer no governo para obter
cargos, talvez. Ou para prestar satisfações a empresários insatisfeitos com o modelo que a prefeitura
quer implantar", disse, em resposta aos que querem sua saída.
O Transurb (sindicato das empresas de transporte coletivo) evitou a polêmica e informou apenas
que os "os empresários não querem mamata, querem trabalhar,
desde que não tenham de enfrentar a concorrência ruinosa dos
clandestinos".
O secretário jurídico do Sindicato dos Motoristas, Geraldo Diniz, afirmou que a prefeitura quer
jogar "os trabalhadores contra a
entidade" e que o sindicato deve
entrar com uma ação contra Marta e Zarattini. O vereador Gilberto
Natalini (PSDB) disse que também vai à Justiça contra Zarattini
para que ele prove a acusação de
que também teria ajudado no planejamento dos dois últimos conflitos contra a prefeitura.
Colaborou RENATO ESSENFELDER, da Reportagem Local
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