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Dermatologistas alertam sobre os possíveis efeitos colaterais
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupados com possíveis
efeitos colaterais de cosméticos
ou remédios à base de nanotecnologia, Europa e Estados Unidos começam a investir em
pesquisas que apontem os riscos da novidade. No Brasil, a
Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), responsável pela liberação de medicamentos e cosméticos, ainda não
realiza testes específicos com
os novos produtos.
Questionado pela Folha, o
órgão afirmou não ter estatística sobre quantos deles foram
aprovados e estão à venda no
país. A assessoria de imprensa
informou que não há legislação
nem testes específicos para nanotecnologia, mas que todo
cosmético ou remédio passa
por testes de eficácia e segurança antes de ser liberado.
Os dermatologistas alertam
que é preciso cautela com o uso
desses produtos. "Se não houver receptor específico, as pequenas partículas podem ir para a corrente sangüínea e serem prejudiciais ao organismo", diz Denise Steiner, coordenadora do Departamento de
Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Maurício Pupo, consultor na
formulação do Corrige Lines,
da Ada Tina, e também coordenador de pós-graduação em
cosmetologia da Unicastelo
(SP), da Unigranrio (RJ) e da
Metrocamp (Campinas, interior de SP), reconhece que é
preciso começar a considerar a
possibilidade dessas partículas
entrarem no organismo. "Se
essa partícula não for de uma
substância já tolerada pelo organismo, como vitaminas, ferro, zinco, não sabemos o que
pode acontecer."
Israel Feferman, diretor de
pesquisa e desenvolvimento do
Boticário, afirma que não há o
que temer com substâncias toleradas pelo organismo. "Temos protocolos de testes que
mostram que não há riscos. As
partículas não chegam à corrente sangüínea e, em uma hipótese impossível disso acontecer com nossos produtos,
usamos componentes naturais,
e não farmacêuticos, que são
aceitos pelos organismos."
Jean Luc Gesztezi, cientista
da Natura, explica que o tamanho da partícula utilizado pela
empresa (150 nanômetros) é
seguro. "Ele é grande o suficiente para não causar efeitos
indesejáveis ou adversos", afirma. "Além disso, realizamos todas as avaliações que determinam o uso seguro desses produtos, desde estudos das matérias primas até estudos clínicos."
(DT)
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