São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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Dermatologistas alertam sobre os possíveis efeitos colaterais

DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupados com possíveis efeitos colaterais de cosméticos ou remédios à base de nanotecnologia, Europa e Estados Unidos começam a investir em pesquisas que apontem os riscos da novidade. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela liberação de medicamentos e cosméticos, ainda não realiza testes específicos com os novos produtos.
Questionado pela Folha, o órgão afirmou não ter estatística sobre quantos deles foram aprovados e estão à venda no país. A assessoria de imprensa informou que não há legislação nem testes específicos para nanotecnologia, mas que todo cosmético ou remédio passa por testes de eficácia e segurança antes de ser liberado.
Os dermatologistas alertam que é preciso cautela com o uso desses produtos. "Se não houver receptor específico, as pequenas partículas podem ir para a corrente sangüínea e serem prejudiciais ao organismo", diz Denise Steiner, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Maurício Pupo, consultor na formulação do Corrige Lines, da Ada Tina, e também coordenador de pós-graduação em cosmetologia da Unicastelo (SP), da Unigranrio (RJ) e da Metrocamp (Campinas, interior de SP), reconhece que é preciso começar a considerar a possibilidade dessas partículas entrarem no organismo. "Se essa partícula não for de uma substância já tolerada pelo organismo, como vitaminas, ferro, zinco, não sabemos o que pode acontecer."
Israel Feferman, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Boticário, afirma que não há o que temer com substâncias toleradas pelo organismo. "Temos protocolos de testes que mostram que não há riscos. As partículas não chegam à corrente sangüínea e, em uma hipótese impossível disso acontecer com nossos produtos, usamos componentes naturais, e não farmacêuticos, que são aceitos pelos organismos."
Jean Luc Gesztezi, cientista da Natura, explica que o tamanho da partícula utilizado pela empresa (150 nanômetros) é seguro. "Ele é grande o suficiente para não causar efeitos indesejáveis ou adversos", afirma. "Além disso, realizamos todas as avaliações que determinam o uso seguro desses produtos, desde estudos das matérias primas até estudos clínicos." (DT)


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