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"Só ao olhar para trás percebi o que aconteceu", diz motorista
Caminhoneiro afirma que foi o seu primeiro acidente em 28 anos de profissão
Empresa dona do caminhão que derrubou passarela na Imigrantes diz que veículo foi revisado e que estava com a manutenção em dia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Caminhoneiro há 28 anos, o
baiano Juarez Dias de Carvalho, 44, motorista da Scania
que derrubou a passarela da rodovia dos Imigrantes, afirma
que não percebeu a caçamba levantada porque estava com os
vidros fechados e havia neblina.
"Só ao olhar para trás percebi o
que aconteceu", disse.
Ele conta que saiu de Diadema, da empresa Bispo Materiais de Construção, dona do
caminhão, às 8h. "Estava descansado, domingo fui dormir
logo depois de jantar com minha família."
Diz que ao se aproximar da
passarela chegou a ver o policial em pé, ao lado do carro. "A
gente presta atenção antes, para ver se eles não vão pedir para
parar, né? Não pediu", afirmou.
Depois, Carvalho diz não ter
percebido mais nada até o acidente. "Eu ouvi o estrondo,
senti o impacto e encostei na
hora. Só daí vi."
Assim que chegou à delegacia, o motorista foi submetido
ao teste do bafômetro. O resultado deu negativo. "Não bebi
nada", afirmou o motorista. Segundo ele, esse foi o primeiro
acidente em que se envolveu
em toda a carreira. "Viajei muito para o Nordeste, o Brasil todo, nunca aconteceu nada."
Ele responderá a processo
por homicídio culposo (sem intenção), mas foi liberado pelo
delegado Ademervalo Mendes
da Silva ainda ontem.
A Ecovias afirmou que não
foi registrado nevoeiro em nenhum ponto da pista ontem.
Manutenção
Um representante da empresa Bispo Materiais de Construção, dona do caminhão, disse
que o veículo passa por manutenção periódica e que a documentação estava em dia. O homem, que não se identificou,
disse que uma empresa de Guarulhos instalou a caçamba e um
mecânico da empresa conferia
o funcionamento todos os dias.
Antonio Gualnieri, corretor
da Allianz, responsável pelo seguro do caminhão, modelo
2005, afirmou que são feitas
"revisões completas" a cada
dois meses. "É o primeiro sinistro dessa empresa em 18 anos.
Eles são cuidadosos", disse.
Mais calmo, Carvalho disse
que foi uma "fatalidade". "A
gente torce para nunca acontecer nada, mas aconteceu."
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