São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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"Só ao olhar para trás percebi o que aconteceu", diz motorista

Caminhoneiro afirma que foi o seu primeiro acidente em 28 anos de profissão

Empresa dona do caminhão que derrubou passarela na Imigrantes diz que veículo foi revisado e que estava com a manutenção em dia


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Caminhoneiro há 28 anos, o baiano Juarez Dias de Carvalho, 44, motorista da Scania que derrubou a passarela da rodovia dos Imigrantes, afirma que não percebeu a caçamba levantada porque estava com os vidros fechados e havia neblina. "Só ao olhar para trás percebi o que aconteceu", disse.
Ele conta que saiu de Diadema, da empresa Bispo Materiais de Construção, dona do caminhão, às 8h. "Estava descansado, domingo fui dormir logo depois de jantar com minha família."
Diz que ao se aproximar da passarela chegou a ver o policial em pé, ao lado do carro. "A gente presta atenção antes, para ver se eles não vão pedir para parar, né? Não pediu", afirmou. Depois, Carvalho diz não ter percebido mais nada até o acidente. "Eu ouvi o estrondo, senti o impacto e encostei na hora. Só daí vi."
Assim que chegou à delegacia, o motorista foi submetido ao teste do bafômetro. O resultado deu negativo. "Não bebi nada", afirmou o motorista. Segundo ele, esse foi o primeiro acidente em que se envolveu em toda a carreira. "Viajei muito para o Nordeste, o Brasil todo, nunca aconteceu nada."
Ele responderá a processo por homicídio culposo (sem intenção), mas foi liberado pelo delegado Ademervalo Mendes da Silva ainda ontem.
A Ecovias afirmou que não foi registrado nevoeiro em nenhum ponto da pista ontem.

Manutenção
Um representante da empresa Bispo Materiais de Construção, dona do caminhão, disse que o veículo passa por manutenção periódica e que a documentação estava em dia. O homem, que não se identificou, disse que uma empresa de Guarulhos instalou a caçamba e um mecânico da empresa conferia o funcionamento todos os dias.
Antonio Gualnieri, corretor da Allianz, responsável pelo seguro do caminhão, modelo 2005, afirmou que são feitas "revisões completas" a cada dois meses. "É o primeiro sinistro dessa empresa em 18 anos. Eles são cuidadosos", disse.
Mais calmo, Carvalho disse que foi uma "fatalidade". "A gente torce para nunca acontecer nada, mas aconteceu."


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