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Mooca agora amplia rigor contra camelôs
Após prisão de acusados de extorsão a camelôs, prefeitura mobiliza 77 pessoas em operação, mas recolhe só 1 saco de mercadorias
Em passeata, ambulantes apoiaram as prisões, exigiram o afastamento do subprefeito e pediram uma CPI para investigar o caso
EVANDRO SPINELLI
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeitura reforçou ontem
a fiscalização do comércio ambulante na região da Subprefeitura da Mooca, onde 11 pessoas
foram presas na sexta-feira sob
a acusação de extorquir dinheiro de camelôs, donos de bares e
de empreendimentos imobiliários em troca de não fiscalizar
irregularidades.
A ação mobilizou 43 guardas-civis metropolitanos, 32 agentes de apoio e dois fiscais enviados pela Secretaria das Subprefeituras. Ao final, toda a mercadoria apreendida coube em um
saco de cem litros.
A operação de ontem, de
acordo com o subprefeito
Eduardo Odloak, foi uma resposta à operação da Polícia Civil, que prendeu cinco funcionários da Subprefeitura da
Mooca, um advogado e cinco
camelôs apontados como os
responsáveis pelo recolhimento da propina. "Estamos buscando intensificar a fiscalização até para que as pessoas não
pensem que elas podem invadir
áreas públicas impunemente."
De acordo com ele, o prefeito
Gilberto Kassab (DEM) deve
baixar um decreto expandindo
a área de atuação da GCM na
fiscalização do comércio ambulante para a região da Subprefeitura da Mooca, que abrange
também o Brás e o Tatuapé.
Hoje, os guardas podem atuar
contra camelôs apenas na área
da Subprefeitura da Sé.
Odloak prestou depoimento
ontem na 5ª Delegacia Seccional. O subprefeito afirmou que
decidiu ir espontaneamente à
delegacia para pedir à polícia
que encaminhe a documentação para subsidiar os procedimentos de demissão dos servidores envolvidos.
No "Diário Oficial" da Cidade
de sábado foram publicadas as
exonerações dos irmãos Georges Marcelo Eivazian, que atuava como assessor político de
Odloak, e Felipe Eivazian, chefe dos fiscais da Subprefeitura
da Mooca, ambos presos.
Eivazian é do DEM, partido
de Kassab, e chegou a ser candidato a vereador em 2004 e a deputado estadual em 2006 pelo
mesmo partido (na época, denominado PFL).
Outros três agentes de apoio
da subprefeitura, também presos, foram afastados de suas
funções, mas só podem ser exonerados após uma sindicância.
Como funcionários de carreira,
eles têm estabilidade.
O delegado Luís Storni, responsável pelas investigações,
vai pedir hoje a prisão preventiva dos 11 detidos na sexta-feira.
A prisão temporária decretada
pela Justiça vence hoje.
Protesto
Camelôs, guardas-civis e
PMs entraram em confronto
ontem, na região central, durante uma passeata de ambulantes. Um GCM usou gás pimenta e houve troca de empurrões. O protesto contou com
cerca de 150 camelôs, segundo
a PM -o sindicato falou em pelo menos 350 pessoas.
Os ambulantes apoiaram a
prisão dos 11 acusados, criticaram o reforço da fiscalização no
Brás, exigiram o afastamento
do subprefeito e pediram uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) para o caso.
Colaborou o "Agora"
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