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Prefeitura multa e retira obras com propaganda subliminar
Kassab diz que publicidade da empresa foi "lamentável" e de "aparente má-fé"
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) mandou ontem fiscais
das subprefeituras da Sé e de
Pinheiros retirarem obras de
arte que faziam propaganda subliminar da Natura e determinou a aplicação de multas por
violação à Lei Cidade Limpa,
que baniu a publicidade de rua
em São Paulo.
Conforme a Folha revelou
ontem, as supostas instalações
faziam propaganda casada com
comerciais de TV -retiradas
ontem do ar pela empresa que
fabrica cosméticos.
Nas ruas, foram expostas as
palavras "descanse", "relaxe" e
"calma" em letreiros de três
metros de altura e 70 kg, iluminados à noite.
Na TV, o mesmo tema era
mostrado em painéis de néon
montados em edifícios.
As subprefeituras de Pinheiros e da Sé multaram ontem
em R$ 11 mil e R$ 10 mil, respectivamente, as obras que estavam na conjunção das avenidas Heitor Penteado e Doutor
Arnaldo (zona oeste) e da praça
da Sé (região central).
A da avenida Europa foi retirado pela Natura antes da chegada dos fiscais, que, sem provas, não puderam multar.
As multas foram aplicadas ao
grupo de arte Bijari, autor das
obras, que, procurado pela reportagem, não respondeu.
Para Kassab, a propaganda
da Natura era um "estelionato"
para burlar a Lei Cidade Limpa. O prefeito disse ainda que
"é lamentável que a empresa
tenha se prestado a algo de um
nível tão baixo".
"Minha impressão é que se
trata de um estelionato de uma
empresa que me parece séria, a
Natura, e burlou a Lei Cidade
Limpa. É lamentável que uma
empresa que parece séria tenha se prestado a algo de um
nível tão baixo", disse Kassab.
Deselegância
A Natura respondeu e afirmou achar "deselegante" a posição do prefeito e que preferia
"não bater boca" com ele.
Kassab disse ainda que determinaria à corregedoria do
município que apurasse se houve falha na concessão da autorização para a instalação das frases nas ruas da cidade.
A CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem Urbana) havia
autorizado as instalações em
março deste ano, sob a justificativa de que se tratava de uma
exposição de poesia concreta
sem finalidade comercial.
A prefeitura disse ter sido
"surpreendida" com uma ação
de propaganda na televisão,
que usava as mesmas palavras.
"A CPPU foi induzida a erro
pelos autores, com aparente
má-fé", disse Kassab.
"Para o Cidade Limpa fica a
lição", disse anteontem Regina
Monteiro, diretora da Emurb
(Empresa Municipal de Urbanização) e criadora da lei.
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