São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009

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Kassab congela R$ 800 mi do Orçamento e culpa crise

Após 3 cortes, valor que prefeito agora espera gastar em 2009 é 28% menor que o previsto

Ele diz que investimentos em andamento serão executados; oposição o acusa de inflar o Orçamento nas eleições; governistas negam tática

CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou ontem um novo congelamento no Orçamento do município, agora de mais R$ 800 milhões -valor suficiente para construir 800 creches.
Após três cortes, o valor da peça enviada por Kassab à Câmara na campanha eleitoral do ano passado, quando disputou a reeleição, cai de R$ 29,4 bilhões para R$ 21,2 bilhões.
É uma diferença de quase 28% entre a projeção inicial e o que o prefeito espera agora gastar em 2009. O primeiro corte foi feito antes mesmo da aprovação do Orçamento.
Em nota oficial, o prefeito voltou a culpar a crise. "Adotamos essa medida para garantir o equilíbrio das contas públicas, já que a receita continua dando sinais de queda, por conta da crise econômica", disse.
A nota destaca que "todos os investimentos em andamento continuarão a ser executados". Afirma ainda que "o congelamento refere-se aos recursos que não estão reservados".
Medidas do gênero são uma forma de o poder público adaptar seus gastos à realidade do que arrecada em impostos e do que recebe de repasses estaduais e federais. Caso haja uma recuperação da economia, as verbas poderão ser liberadas.
Kassab não especificou ontem se alguma área específica será mais atingida com o corte.
A oposição, liderada pelo PT, acusa o prefeito de ter inflado o valor do Orçamento durante a eleição do ano passado a fim de sinalizar que cumpriria todas as promessas de campanha. Os governistas negam a tática.
Depois de enviar um Orçamento de R$ 29,4 bilhões à Câmara durante sua campanha reeleitoral, Kassab orientou os vereadores governistas a cortar o valor para R$ 27,5 bilhões, quantia que acabou aprovada em plenário, no fim de 2008.
No início deste ano, o prefeito anunciou um congelamento de R$ 5,5 bilhões, valor que, com a medida de ontem, passa a ser de R$ 6,3 bilhões. Todos os cortes foram atribuídos à previsão de queda de arrecadação por causa da crise econômica.
"A partir dessa medida, cada secretário terá de reavaliar o orçamento de suas pastas junto ao prefeito", diz a nota.


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