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Kassab congela R$ 800 mi do Orçamento e culpa crise
Após 3 cortes, valor que prefeito agora espera gastar em 2009 é 28% menor que o previsto
Ele diz que investimentos em andamento serão executados; oposição o acusa de inflar o Orçamento nas eleições; governistas negam tática
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou
ontem um novo congelamento
no Orçamento do município,
agora de mais R$ 800 milhões
-valor suficiente para construir 800 creches.
Após três cortes, o valor da
peça enviada por Kassab à Câmara na campanha eleitoral do
ano passado, quando disputou
a reeleição, cai de R$ 29,4 bilhões para R$ 21,2 bilhões.
É uma diferença de quase
28% entre a projeção inicial e o
que o prefeito espera agora gastar em 2009. O primeiro corte
foi feito antes mesmo da aprovação do Orçamento.
Em nota oficial, o prefeito
voltou a culpar a crise. "Adotamos essa medida para garantir
o equilíbrio das contas públicas, já que a receita continua
dando sinais de queda, por conta da crise econômica", disse.
A nota destaca que "todos os
investimentos em andamento
continuarão a ser executados".
Afirma ainda que "o congelamento refere-se aos recursos
que não estão reservados".
Medidas do gênero são uma
forma de o poder público adaptar seus gastos à realidade do
que arrecada em impostos e do
que recebe de repasses estaduais e federais. Caso haja uma
recuperação da economia, as
verbas poderão ser liberadas.
Kassab não especificou ontem se alguma área específica
será mais atingida com o corte.
A oposição, liderada pelo PT,
acusa o prefeito de ter inflado o
valor do Orçamento durante a
eleição do ano passado a fim de
sinalizar que cumpriria todas
as promessas de campanha. Os
governistas negam a tática.
Depois de enviar um Orçamento de R$ 29,4 bilhões à Câmara durante sua campanha
reeleitoral, Kassab orientou os
vereadores governistas a cortar
o valor para R$ 27,5 bilhões,
quantia que acabou aprovada
em plenário, no fim de 2008.
No início deste ano, o prefeito anunciou um congelamento
de R$ 5,5 bilhões, valor que,
com a medida de ontem, passa
a ser de R$ 6,3 bilhões. Todos os
cortes foram atribuídos à previsão de queda de arrecadação
por causa da crise econômica.
"A partir dessa medida, cada
secretário terá de reavaliar o
orçamento de suas pastas junto
ao prefeito", diz a nota.
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