São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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DEPOIMENTO

Perdi o iPhone, sobraram medo e muita raiva

MARIANA PASTORE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quarta é noite de futebol. Tomava cerveja no Empório Alto dos Pinheiros, ao lado de casa, esperando só o jogo do Brasil acabar para ir embora.
Faltavam menos de dez minutos quando vi uma movimentação estranha. "Deve ser arrastão", pensei. Minha primeira reação foi contabilizar as possíveis perdas. Vi meu iPhone bem à vista em cima da mesa. A bolsa estava pendurada na cadeira.
Levantei as mãos, como todos, enquanto o assaltante -moreno, alto, robusto, cabelo pintado de loiro- gritava para passarmos tudo: celular, relógio, bolsa, carteira. Tudo.
Até pensei em esconder o telefone, mas, com a arma na minha direção, vi que não valia. Por sorte, minha mesa era no canto e ele nem me dirigiu a palavra. Aproximou-se, apontou a arma e levou o celular. Nem viu a bolsa. Menos mal. Ainda ameaçou de morte uma mulher que pedia seus documentos.
Contabilidade: um iPhone a menos, medo de sair a pé pelo bairro e muita raiva. No caminho para o carro, o grandão ainda teve o abuso de agradecer: "Uma boa noite a todos, muito obrigado e bom apetite".


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