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Projeto quer vetar música que ofende as mulheres
Proposta de deputada baiana gera polêmica
PEDRO LEAL FONSECA
DE SALVADOR
Os deputados estaduais da
Bahia estão em férias, mas
um projeto que tramita na
Assembleia Legislativa causa polêmica no meio musical. A deputada Luiza Maia
(PT) propõe que o poder público seja proibido de contratar artistas que "em suas músicas, danças ou coreografias
desvalorizem, incentivem a
violência ou exponham as
mulheres à situação de constrangimento".
A iniciativa é uma ofensiva
contra as letras do "pagode
baiano", gênero popular entre as classes mais pobres.
O projeto de lei -que está
sendo avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça- foi assinado pelas 11 deputadas e, segundo a autora,
já conta com o apoio de outros 20 parlamentares. "Precisamos criar uma consciência na sociedade para que as
pessoas repudiem esse tipo
de arte. As mulheres não devem dançar "dando a patinha", como diz um dos hits".
Ela se refere à música "Me
Dá a Patinha", do grupo
Black Style, cuja letra diz
"Ela é uma cadela/Joga a patinha pra cima/Me dá, sua
cachorrinha". Outra música
diz que "mulher é igual a lata, um chuta e outro cata".
O líder da banda, Robson
Costa, diz que o projeto é
uma "perseguição". "A deputada tem que respeitar o
gosto das pessoas. Eu faço
música para o povo."
A vereadora transexual
Léo Kret (PR), dançarina de
pagode em Salvador (BA),
também entrou no debate.
"Acho que pode prejudicar financeiramente as pessoas
que tocam essas músicas."
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