São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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Sequestro acaba em morte de refém e de criminoso após 23 horas na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um sequestro que teve 23 horas de duração terminou em tragédia na manhã de ontem na unidade da Case (Comunidade de Atendimento Socioeducativo), em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador.
Segundo a Polícia Militar, o ex-interno Ednalvo de Jesus Andrade, 19, matou com um tiro no tórax a assistente social Magali Bittencourt, 29. Após ouvir o disparo, policiais de elite invadiram o local e mataram Andrade com dois tiros no peito.
Contudo, logo depois da ocorrência das mortes, o delegado Hélio Jorge, chefe do COE (Comando de Operações Especiais) da PM, disse que uma ação errada da corporação teria motivado a atitude do ex-interno.
"Com certeza, o início do processo todo foi [o lançamento de" uma bomba de gás lacrimogêneo", afirmou ele.
A secretária da Segurança da Bahia, Kátia Alves, entretanto, disse que a PM não foi precipitada. "A bomba somente foi jogada depois que ouvimos o disparo."
Condenado por matar seus avós há três anos, Ednalvo Andrade, que cumpria o final da pena em regime semi-aberto, chegou à Case às 8h de anteontem.
Ao perceber que a assistente social descia do ônibus para trabalhar, Andrade apontou um revólver para a cabeça dela e pediu para ficar numa sala isolada.
Andrade se recusou a negociar a libertação da refém com três interlocutores designados pela PM. "Ele dizia apenas que estava apaixonado pela assistente social e não queria saber de nenhum tipo de negociação", acrescentou a delegada Eliana Tourinho.
Kátia disse que a sala escolhida pelo ex-interno dificultou a ação da PM. "Havia apenas uma pequena janela, aberta só durante as negociações."


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