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Turista português é morto em Copacabana
André Bordalo, 19, levou uma facada na barriga depois de reagir a um assalto enquanto tomava sol na areia da praia
Criminoso, depois de ser preso por policiais militares que o perseguiram logo após a agressão, negou a autoria do assassinato
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O estudante português André Costa Ramos Bordalo, 19,
que passava férias no Rio, foi
morto na manhã de ontem com
um golpe de faca ao tentar reagir a um assalto na areia da
praia de Copacabana, na zona
sul da cidade.
O crime ocorreu por volta
das 8h20. Bordalo estava deitado na areia tomando sol quando um assaltante tentou roubar
sua mochila. O jovem se assustou e tentou retirar a faca da
mão do criminoso. Levou uma
facada no lado esquerdo da barriga e morreu na hora.
O assaltante, identificado como Claudecir Bezerra da Silva,
23, tentou fugir. Pessoas próximas gritavam "pega ladrão, pega ladrão". Ele foi perseguido
por policiais militares e preso
na esquina da rua Constante
Ramos com a av. Nossa Senhora de Copacabana. Antes de ser
pego, ameaçou um policial com
a faca. "Eu já furei um e posso
matar outro", disse o ladrão,
que estava sob o efeito de drogas, segundo a polícia.
Na hora do crime, os pais do
estudante também estavam na
praia. A mãe estava na água, e o
pai fazia uma caminhada.
Viagem pelo Brasil
Bordalo e os pais, que moram
em Lisboa, haviam chegado ao
Rio de Janeiro na última sexta-feira e estavam hospedados em
um hotel em frente ao local onde ocorreu o crime. Já haviam
visitado alguns Estados do
Nordeste e pretendiam ainda ir
a Fernando de Noronha e ao
Pantanal. Diziam ser apaixonados pelo Rio .
Muito abalados, os pais Sérgio Ramos e Paula Bordalo não
quiseram falar com os jornalistas e não foram até o Instituto
Médico Legal reconhecer o corpo. Dois amigos do casal se encarregaram das providências.
Segundo o IML, a facada perfurou o pulmão esquerdo do jovem, que era estudante de engenharia. Seu corpo só foi removido do local três horas depois do crime.
Na Deat (Delegacia de Atendimento ao Turista), o ladrão,
apesar de ter ameaçado um policial com a mesma faca que
matou o turista português, negou a autoria do crime. Disse
que atiraram a faca nele e que
trabalha numa lanchonete no
bairro do Flamengo e mora no
morro da Babilônia, ambos na
zona sul.
De acordo com a Deat, ele
não tem antecedentes criminais. No entanto, a polícia suspeita que ele já tenha praticado
outros roubos contra turistas.
Na sua carteira, foram encontrados, segundo a polícia,
cerca de 2.000 bolívares (moeda da Venezuela). Na mochila
levada do jovem português, havia uma máquina fotográfica e
um guia do Brasil.
Imagem no exterior
Os pais do estudante receberam funcionários do consulado
português e também o secretário estadual de Turismo, Sérgio
Ricardo. O representante do
governo estadual disse que o fato prejudicará a imagem do Rio
de Janeiro no exterior, mas não
acredita que diminua o fluxo de
turistas na cidade.
"Em Londres, houve ataques
terroristas, mas isso não reduziu o número de turistas. Na
Espanha, a mesma coisa", declarou Ricardo, que informou
que o casal deverá deixar o Brasil hoje à tarde, junto com o corpo do filho.
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