São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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Tamires, 19, é morta com 1 tiro por ladrão em semáforo

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Morta anteontem à noite com um tiro na boca, a jovem Tamires da Silva Pança Burlani, 19, que voltava da casa de uma amiga e foi assaltada em um sinal de trânsito no centro de Diadema (Grande ABC), não chegou a ser roubada.
O crime aconteceu por volta das 21h30, na avenida Presidente Kennedy, quando Tamires foi abordada em seu Corsa por um homem armado.
A polícia ainda não tinha reunido indícios, ontem, para afirmar se ela reagiu ao assaltante ou se tentava desafivelar o cinto de segurança, quando o homem disparou na direção de sua cabeça -e a acertou na boca. A jovem morreu na hora.
Depois de matá-la, o bandido assaltou a estagiária Ana Karina da Costa Santos, 22, que aguardava logo atrás na fila do semáforo, em um Fiat Uno, e assistiu a tudo. O homem levou o carro e a bolsa de Ana Karina, que está grávida de quatro meses e ontem permanecia internada em estado de observação. Seu carro foi encontrado no interior, em Americanópolis.
A Polícia Civil divulgou o retrato falado do assassino: é magro, negro, cabelos e olhos escuros, cerca de 1,70 m de altura e, acredita-se, pode ter agido só. "Ouvimos testemunhas, mas não avançamos muito", disse o delegado Jorge Guerreiro.
Dezenas de amigos da ex-estudante de educação física compareceram ao enterro, ontem à tarde, no cemitério municipal de Diadema.
Tamires era órfã de mãe, uma funcionária pública que morreu há seis anos, aos 42 anos, depois de sofrer um ataque cardíaco. Ela e o irmão, Guilherme, 14, passaram a morar com a avó materna, Maria de Lourdes, 67.
Consternado, o pai da garota, o motorista de caminhão Claudemir Burlani, 58, só conseguia pedir justiça. "O cara que matou minha filha não sabia nem o que estava fazendo, eu tenho certeza. O pior é que, depois dessa brutalidade, ela ficou lá, largada no meio da rua, porque as pessoas ficaram com medo de socorrê-la."
Solteira, sem namorado, Tamires voltava da casa de sua melhor amiga, Luciana Ribeiro, 25, quando foi morta.
As duas faziam planos de arrumar emprego juntas. "A gente ficou até umas 21h10 envelopando nossos currículos", relembra Luciana.
Ela diz que Tamires pensava em retornar aos estudos. "Queria fazer veterinária."


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