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Tamires, 19, é morta com 1 tiro por ladrão em semáforo
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Morta anteontem à noite
com um tiro na boca, a jovem
Tamires da Silva Pança Burlani, 19, que voltava da casa de
uma amiga e foi assaltada em
um sinal de trânsito no centro
de Diadema (Grande ABC), não
chegou a ser roubada.
O crime aconteceu por volta
das 21h30, na avenida Presidente Kennedy, quando Tamires foi abordada em seu Corsa
por um homem armado.
A polícia ainda não tinha reunido indícios, ontem, para afirmar se ela reagiu ao assaltante
ou se tentava desafivelar o cinto de segurança, quando o homem disparou na direção de
sua cabeça -e a acertou na boca. A jovem morreu na hora.
Depois de matá-la, o bandido
assaltou a estagiária Ana Karina da Costa Santos, 22, que
aguardava logo atrás na fila do
semáforo, em um Fiat Uno, e
assistiu a tudo. O homem levou
o carro e a bolsa de Ana Karina,
que está grávida de quatro meses e ontem permanecia internada em estado de observação.
Seu carro foi encontrado no interior, em Americanópolis.
A Polícia Civil divulgou o retrato falado do assassino: é magro, negro, cabelos e olhos escuros, cerca de 1,70 m de altura
e, acredita-se, pode ter agido só.
"Ouvimos testemunhas, mas
não avançamos muito", disse o
delegado Jorge Guerreiro.
Dezenas de amigos da ex-estudante de educação física
compareceram ao enterro, ontem à tarde, no cemitério municipal de Diadema.
Tamires era órfã de mãe,
uma funcionária pública que
morreu há seis anos, aos 42
anos, depois de sofrer um ataque cardíaco. Ela e o irmão,
Guilherme, 14, passaram a morar com a avó materna, Maria
de Lourdes, 67.
Consternado, o pai da garota,
o motorista de caminhão Claudemir Burlani, 58, só conseguia
pedir justiça. "O cara que matou minha filha não sabia nem
o que estava fazendo, eu tenho
certeza. O pior é que, depois
dessa brutalidade, ela ficou lá,
largada no meio da rua, porque
as pessoas ficaram com medo
de socorrê-la."
Solteira, sem namorado, Tamires voltava da casa de sua
melhor amiga, Luciana Ribeiro,
25, quando foi morta.
As duas faziam planos de arrumar emprego juntas. "A gente ficou até umas 21h10 envelopando nossos currículos", relembra Luciana.
Ela diz que Tamires pensava
em retornar aos estudos. "Queria fazer veterinária."
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