São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2011

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Soterrados morreram na hora, diz perícia

Corpos de dois operários foram encontrados após quatro meses em pedreira de Santos

FELIPE CARUSO
DE SANTOS

Após quatro meses de espera e cerca de 300 mil toneladas de rocha retiradas, chegou ao fim não só a busca pelos dois operários soterrados no dia 12 de abril na Pedreira Santa Teresa, em Santos, como também a angústia dos familiares para saber se eles morreram no momento do acidente ou sob os escombros à espera do resgate.
Os corpos de Jucelino Mendonça, 45, e Walter Santana Holtz, 49, foram encontrados na manhã de anteontem. Na perícia do IML (Instituto Médico Legal) de Santos, ficou constatada a causa da morte como traumatismo por esmagamento.
Familiares dos dois homens, já sem esperanças de encontrá-los com vida, relataram à Folha que uma das maiores angústias era a dúvida se a morte havia sido imediata ou se eles sobreviveram e morreram lentamente aguardando o resgate.
"Estou triste por reviver tudo de novo, mas feliz porque saiu o peso. Pelo menos vamos poder fazer o velório", disse Edna Mendonça, mulher de Jucelino.
Ela aguarda a liberação do corpo após o exame de DNA pedido pela Polícia Civil para viajar para Tangará da Serra (MT) e enterrar o marido.
Walter, que trabalhava na pedreira havia menos de um mês e não chegou a receber o primeiro salário, será enterrado em Itararé (SP).
A identificação da causa da morte por esmagamento confirmou o que a operação de resgate indicava. Jucelino foi encontrado dentro da retroescavadeira que operava no momento do desmoronamento das cerca de 1,5 milhão de toneladas de rocha.
Segundo o coronel Luiz Carlos Ribeiro, do Corpo de Bombeiros, foi preciso retirar pedaços retorcidos da máquina para chegar ao corpo. Walter foi localizado em seguida, ao lado do caminhão basculante que dirigia no momento do acidente.
As causas do desmoronamento em Santos ainda são desconhecidas.


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