São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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PASSAGENS PAULISTANAS

Valor de obras complementares na região já representa 13,5% do total pago com dois túneis e corredor de ônibus

SP gasta mais R$ 16,7 milhões na Rebouças

Gustavo Roth/Folha Imagem
Trânsito dentro da passagem subterrânea da av. Rebouças sob a av. Brigadeiro Faria Lima, aberta desde o domingo passado


ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois novos contratos de obras e serviços complementares acrescentaram R$ 16,74 milhões aos gastos da Prefeitura de São Paulo com as mudanças viárias nas proximidades da avenida Rebouças.
Esse montante é superior ao custo total do corredor de ônibus implantado na via -de R$ 10,5 milhões- e representa 15,5% do valor somado para a construção tanto dessa faixa exclusiva, batizada de Passa Rápido, como do túnel no cruzamento com a avenida Brigadeiro Faria Lima -de R$ 97,4 milhões.
Os dois contratos são datados do final do mês passado (dias 20 e 24) e publicados no "Diário Oficial" de ontem, segundo dia útil de funcionamento da passagem subterrânea e da faixa exclusiva dos coletivos -obras que melhoraram a fluidez dos ônibus, mas mantiveram a lentidão dos carros principalmente no primeiro dia.
Eles foram feitos pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), responsável direta pelos túneis tanto da Rebouças como da Cidade Jardim, que sofreram aditamentos de 48% e tiveram seu valor global elevado de R$ 148,1 milhões para R$ 219,2 milhões no primeiro semestre deste ano.
O maior dos novos contratos tem um valor total de R$ 15,62 milhões, assinado com a empresa Araguaia Engenharia. O resumo da publicação diz que se trata da segunda fase das obras de aterramento da fiação aérea (com a retirada de postes), remoção da passarela próxima ao shopping Eldorado, instalação de uma nova e adaptação do canteiro central.
Ao menos parte dessas obras complementares foi um compromisso assumido pela prefeitura com representantes do Condephaat -conselho estadual de defesa do patrimônio-, que temia impactos em um trecho tombado.
O segundo contrato desperta a atenção mais pelo tipo de serviço do que pelo valor -que é de R$ 1,12 milhão. Trata-se da elaboração de estudos, orçamentos e cronogramas, bem como "acompanhamento e controle dos serviços em execução" das obras dos túneis da Rebouças e da Cidade Jardim, que já foram praticamente concluídos, e do prolongamento da Faria Lima com a ligação Funchal-Haroldo Veloso. A responsabilidade será do consórcio Concremat/Engevix/Tekhnites.
A Emurb afirma que essa contratação foi um "reforço" para suas equipes nas áreas de controle tecnológico, qualidade, topografia, fiscalização e medição.
Segundo a empresa, além dessas, houve somente mais uma referente a obras complementares nas avenidas Rebouças e Cidade Jardim, no valor total de R$ 19 milhões, correspondente à primeira fase do enterramento da fiação aérea e do paisagismo.
Dessa forma, os custos totais das intervenções viárias nessas áreas já atingem R$ 265,44 milhões -sendo R$ 219,2 milhões para as construtoras diretamente responsáveis pela obra dos dois túneis, R$ 10,5 milhões do corredor de ônibus no eixo Consolação/Rebouças/Francisco Morato e R$ 35,74 milhões de obras complementares (que representam, portanto, 13,5% da totalidade).
A Emurb diz que essas contratações foram licitadas no ano passado e não sofreram aditamentos que elevassem seus preços.


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