São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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VIOLÊNCIA URBANA

Empresária foi seqüestrada ao descer de Jaguar para dar comida a moradores de favela; família pagou resgate

Mulher de 70 anos passa 27 dias em cativeiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma empresária de 70 anos, proprietária de diversas casas de bingo e de cadeias de restaurantes na cidade de São Paulo, foi libertada ontem de madrugada depois de permanecer por 27 dias nas mãos de seqüestradores.
Ela foi solta no entroncamento da rodovia Anhanguera com o Rodoanel, no bairro de Perus (zona oeste da cidade), um dia depois do pagamento do resgate.
Segundo a Folha apurou com a polícia, os criminosos haviam exigido inicialmente um resgate de US$ 1 milhão para a família da vítima. Mas contentaram-se em receber US$ 100 mil.
A Folha não divulga o nome de vítimas de seqüestro por não ter autorização da família.
A empresária foi levada no dia 18 de agosto na avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada), na zona oeste, quando desceu de seu Jaguar blindado para oferecer comida a moradores de uma favela da região, de acordo com os investigadores que trabalham no caso.
Dois homens a abordaram e a obrigaram a entrar em seu carro. O funcionário da empresária, que dirigia o Jaguar, nada pôde fazer.
A polícia não informou se há suspeitos. Prefere manter a investigação sob sigilo.
A empresária não foi agredida durante o período em que permaneceu no cativeiro -ainda não identificado pela polícia.
Ao ser libertada pelos criminosos, pegou um táxi de volta à sua residência, um apartamento de alto padrão no bairro do Ibirapuera, com vista para o parque, onde ela mora com o marido e uma filha.

Em casa
Ontem, ao longo do dia, amigos enviaram mais de 15 arranjos de flores à residência da empresária.
Um médico da família subiu ao apartamento para uma consulta, mas não quis falar à reportagem.
Segundo funcionários do prédio, a empresária costuma guiar seu próprio carro. Não há motorista no apartamento, apenas os que servem às empresas da família -que possui dois veículos da marca Jaguar.
A empresária também não costumava andar com segurança, de acordo com esses funcionários.

Números do crime
O número de seqüestras no Estado de São Paulo caiu 7% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
Na capital paulista houve uma redução de 19%. Já na Grande São Paulo a queda foi de 36%, de janeiro a junho deste ano, em comparação com o primeiro semestre de 2003.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública não deu informações sobre o número de seqüestros nos últimos dois meses. Limitou-se a dizer que só fechará as estatísticas do terceiro trimestre no início de outubro.


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