São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2005

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PATRIMÔNIO EM RISCO

Medida mantém área preservada

Fundação desiste de construir auditório em museu nos Jardins

DA REPORTAGEM LOCAL

O auditório foi esquecido. O prédio comercial também. Os 6.600 m2 do jardim nos fundos do Museu da Casa Brasileira, em plena av. Brigadeiro Faria Lima, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), continuarão abrigando 300 árvores, alguns pássaros e muitos visitantes que nele param para admirar a paisagem ou descansar.
A Fundação Padre Anchieta, dona do casarão que abriga o museu, propôs construir um auditório para apresentações de música e teatro e um conjunto de escritórios, mas desistiu da idéia. Para alívio de freqüentadores e funcionários, o jardim será preservado.
Adélia Borges, diretora do museu, comemorou. "Estou aliviada. Além de preservar um espaço verde tão raro na cidade, poderemos manter todas as atividades que estamos fazendo ao ar livre." No jardim do museu, estudantes participam diariamente de oficinas de desenho e origami no jardim. Aos domingos, às 11h, são oferecidos shows de música clássica e popular em que o público fica sentado no gramado. "Aqui, o jardim é usado intensamente."
Presidente da Padre Anchieta, Marcos Mendonça explica que a idéia do auditório só surgiu quando, há alguns meses, a fundação passou por uma auditoria. "Descobrimos que, quando houve a cessão do imóvel para o governo estadual, em 1970, havia uma cláusula no contrato que previa a construção do teatro", conta. "Como ela ainda não tinha sido cumprida, resolvemos cobrar."
Agora a fundação negociará com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para o auditório ser levantado em outro lugar. "Temos certeza de que chegaremos a um acordo amigável. Nunca tivemos nada contra o jardim."
Sem a obra, a diretora do museu conta que a nova prioridade é aumentar a visitação. "Vamos começar a campanha "Pode Entrar que a Casa É Sua" para incentivar a população a nos visitar. Muita gente não tem coragem de entrar aqui porque acha o casarão muito chique e se sente intimidado."
O museu, em um solar dos anos 40, abriga um acervo de móveis e objetos que retratam a evolução da decoração no Brasil. Aos domingos, a entrada é gratuita. Nos outros dias, o ingresso custa R$ 4. (DANIELA TÓFOLI)


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