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PATRIMÔNIO EM RISCO
Medida mantém área preservada
Fundação desiste de construir auditório em museu nos Jardins
DA REPORTAGEM LOCAL
O auditório foi esquecido. O
prédio comercial também. Os
6.600 m2 do jardim nos fundos do
Museu da Casa Brasileira, em plena av. Brigadeiro Faria Lima, nos
Jardins (zona oeste de São Paulo),
continuarão abrigando 300 árvores, alguns pássaros e muitos visitantes que nele param para admirar a paisagem ou descansar.
A Fundação Padre Anchieta,
dona do casarão que abriga o museu, propôs construir um auditório para apresentações de música
e teatro e um conjunto de escritórios, mas desistiu da idéia. Para
alívio de freqüentadores e funcionários, o jardim será preservado.
Adélia Borges, diretora do museu, comemorou. "Estou aliviada.
Além de preservar um espaço verde tão raro na cidade, poderemos
manter todas as atividades que estamos fazendo ao ar livre." No jardim do museu, estudantes participam diariamente de oficinas de
desenho e origami no jardim. Aos
domingos, às 11h, são oferecidos
shows de música clássica e popular em que o público fica sentado
no gramado. "Aqui, o jardim é
usado intensamente."
Presidente da Padre Anchieta,
Marcos Mendonça explica que a
idéia do auditório só surgiu quando, há alguns meses, a fundação
passou por uma auditoria. "Descobrimos que, quando houve a
cessão do imóvel para o governo
estadual, em 1970, havia uma
cláusula no contrato que previa a
construção do teatro", conta.
"Como ela ainda não tinha sido
cumprida, resolvemos cobrar."
Agora a fundação negociará
com o governo Geraldo Alckmin
(PSDB) para o auditório ser levantado em outro lugar. "Temos
certeza de que chegaremos a um
acordo amigável. Nunca tivemos
nada contra o jardim."
Sem a obra, a diretora do museu
conta que a nova prioridade é aumentar a visitação. "Vamos começar a campanha "Pode Entrar
que a Casa É Sua" para incentivar
a população a nos visitar. Muita
gente não tem coragem de entrar
aqui porque acha o casarão muito
chique e se sente intimidado."
O museu, em um solar dos anos
40, abriga um acervo de móveis e
objetos que retratam a evolução
da decoração no Brasil. Aos domingos, a entrada é gratuita. Nos
outros dias, o ingresso custa R$ 4.
(DANIELA TÓFOLI)
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