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Namorada de coronel é ameaçada de morte
"Você mexeu com quem não devia" é o teor da gravação apresentada à Polícia Civil por Liliana Prinzivalli, mãe de Carla
A ameaça foi por telefone; mãe diz que delegada da PF em Belém Renata Madi deve ser investigada pela morte de Ubiratan Guimarães
ANDRÉ CARAMANTE
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Carla Cepollina, você matou, você vai morrer. Vai demorar um pouquinho mais, mas
você vai acertar as contas. Você
mexeu com quem não devia.
Vai demorar um pouquinho,
mas você conseguirá chegar
onde ele tá (sic): sete palmos da
terra." Esse foi o teor da gravação apresentada ontem pela
advogada Liliana Prinzivalli,
mãe de Carla Cepollina, como
sendo a de uma ameaça de morte sofrida pela filha.
A ligação com a ameaça contra Carla, segundo Liliana disse
à Polícia Civil, foi feita a partir
de um aparelho fixo identificado de São Paulo, cujo número é
5086-0554, e ficou gravada na
secretária eletrônica.
A advogada Carla, que namorava há mais de dois anos o deputado estadual e coronel da
reserva da PM Ubiratan Guimarães, morto com um tiro no
abdômen no último sábado, recebeu a chamada no aparelho
registrado em seu nome e que
está instalado no apartamento
da mãe, no Brooklin (zona sul
de São Paulo).
Carla é, segundo o deputado
Vicente Cascione, advogado da
família do coronel e o mesmo
que o defendeu no processo do
chamado massacre do Carandiru, a principal suspeita do assassinato, após uma discussão
ocorrida na noite do último sábado. Ela nega. No sábado, imagens do elevador do prédio onde ela vive mostram que Carla
chegou em casa às 21h06.
A ameaça por telefone ocorreu minutos antes de Carla e da
mãe deixarem o local para concederem uma entrevista coletiva sobre o assassinato de Ubiratan, cometido dentro do apartamento onde ele vivia, no bairro dos Jardins (zona oeste de
São Paulo).
Segundo Liliana, a filha não
compareceu à coletiva de imprensa porque estava com medo. Na segunda-feira, no velório de Ubiratan, diz Liliana,
Carla também foi ameaçada de
morte pela mãe do coronel.
Ao ser questionada sobre
quem são, além de Carla, as
pessoas que devem ser investigadas pela morte de Ubiratan,
Liliana disse que todos os assessores políticos dele e, principalmente, a delegada da Polícia
Federal no Pará Renata Azevedo dos Santos Madi.
"Essa Renata recebia recadinhos dele [Ubiratan]: "Menininha, te amo! Tô com saudade".
Ela nega que eles tiveram algum tipo de envolvimento. É
lógico que suspeito [da Renata],
se ela não tem nada a esconder,
por que ela não fala a verdade
como a minha filha falou?", disse Liliana, que voltou a afirmar
que Ubiratan bebeu no sábado.
Para Liliana, Renata deve figurar entre os suspeitos pela
morte porque enviou mensagem de texto no celular dele dizendo que "estava chegando".
Para a mãe de Carla, diferentemente do que acredita a polícia,
Renata estava em Bauru (343
km de SP) no sábado do crime,
e não em Belém (PA).
Com bastante acesso à cúpula da Polícia Civil, onde sempre
é recebida com beijos e abraços
por delegados, Liliana disse
também que pediu aos investigadores do DHPP que descubram quem é o garoto, morador
do mesmo prédio onde Ubiratan foi morto, que mantinha
amizade com o deputado. A polícia também quer saber se Ubiratan teve um relacionamento
amoroso com uma mulher casada do edifício.
Diante das insinuações de
Cascione de que Carla iria fugir
do país, ela se dispôs a entregar
seu passaporte à polícia, mas isso não ocorreu.
Cascione ironizou as declarações de Liliana. "Os encurralados saem atirando em qualquer
direção. A tática de espalhar fumaça é a tática da pessoa identificada, que está sem saída",
afirmou Cascione sobre a informação de que o coronel teria
um amigo no prédio.
Sobre a afirmação de Liliana
de que todas as pessoas próximas de Ubiratan deveriam ser
investigadas como Carla, Cascione respondeu: "Também
concordo. Desde que também
estivessem a tarde inteira no
apartamento do coronel."
Colaborou KLEBER TOMAZ, da Reportagem Local
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